USP lança guia sobre a Idade Média
Intenção do Laboratório de Estudos Medievais é tornar público todo conteúdo sobre o período produzido no Brasil e na América Latina
A Universidade de São Paulo (USP) lançou uma nova versão do chamado Guia Medieval. O projeto realizado pelo Laboratório de Estudos Medievais (LEME), sob responsabilidade do professor Marcelo Cândido da Silva e com o financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ganhou nova estrutura visual e promete uma experiência mais dinâmica e interativa para o usuário. A proposta é se tornar uma fonte de produção científica sobre o período histórico que compreende os séculos V a XV, mais conhecido como Idade Média.
O GUIA conversou com o responsável pela coordenação da equipe do Guia Medieval, o pesquisador de pós-doutorado Thiago Ribeiro. Ele explica que o objetivo da plataforma não é ser uma enciclopédia online ou um compêndio de definições e verbetes.
“Você começa a pesquisa com uma pergunta. Ao fazer isso, você pode ir pesquisando pela linha do tempo, pelo mapa, pelas categorias e ir fazendo outras perguntas que talvez você não tivesse nem sequer imaginado antes”, explica o pesquisador ao enfatizar o teor imersivo da plataforma. “Se eu procuro por um tema e esse tema me leva para outra coisa, eu posso entender por que esses dois temas estão relacionados. O Guia foi justamente pensado para atender esse tipo de curiosidade.”
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A plataforma do Guia Medieval funciona como qualquer outro mecanismo de pesquisa. Ao buscar um tema, são mostrados todos os resultados que podem ser relevantes para aquela pesquisa. A possibilidade de pesquisar por meio do mapa principal é uma das principais funções do formato. De acordo com Ribeiro, os conteúdos com referência geográfica possibilitam entender melhor a influência de determinada região ou a proximidade de um acontecimento com outro.
Além disso, o estudante pode navegar pela linha do tempo e também por categorias gerais: economia, filosofia, cultura e política. “Uma das funções do Guia é popularizar essas pesquisas, que, muitas vezes, ficam restritas aos periódicos e bibliotecas da academia – que por mais que sejam públicas, sabemos da dificuldade de acesso que se tem. É uma maneira de publicizar essa produção.”
O pesquisador conta que é perceptível um aumento da procura por conteúdos medievais. Em sua experiência, ele relata que o número de integrantes totais do LEME atingiu seu pico nos últimos – com mais de 15 pesquisadores simultâneos.
Os perfis dos pesquisadores vão desde graduandos que estão fazendo Iniciação Científica até o estudante de pós-doutorado. Eles são os responsáveis por coletar e indexar os conteúdos no Guia.
“A gente quer catalogar toda a produção de conhecimento científico produzido não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina. E não estamos nos restringindo a elementos escritos. Livros e artigos, claro, são os maiores em número porque são os que são mais divulgados, mas queremos incluir os outros formatos de mídia” explica Ribeiro.
O pesquisador pretende transportar todo o conteúdo sobre Idade Média produzido no Brasil para a plataforma até o fim de 2021 – incluindo músicas, obras de arte, podcasts, vídeo-aulas, imagens e transcrições de áudio. O LEME tem um próprio podcast chamado Estudos Medievais.
Informação filtrada
Em tempos de redes sociais, fake news e desinformação, é importante buscar informações verificadas e de qualidade. Uma das funções do Guia Medieval é apresentar conteúdos científicos provenientes de universidades, explica o pesquisador. Esse filtro é um dos diferenciais da plataforma e o que garantirá que o usuário não se esbarre com informações errôneas.
“Estamos em um momento em que qualquer divulgação é informação, independente de sua origem. Batemos muito na tecla que os conteúdos científicos indexados no Guia são todos provenientes de universidades. Isso gera uma confiabilidade na informação. Claro, a informação pode ser discutível, pode-se discordar da opinião do pesquisador, pode-se inclusive escrever um artigo provando que ele está errado, mas não se pode negar que é uma produção científica”, diz.
Além da USP, o LEME conta com núcleos em outras universidades nacionais, como Unicamp, UFTM, UFMG, UFG, Unifesp, UFFS, UFVJM e UFOP.
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