por Fábio Brandt
Letícia Morato tem 17 anos e fará o vestibular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) neste domingo, 29 de novembro. Ela concorre com 1.357 candidatos por uma das 144 vagas do curso de Odontologia e espera que a prova seja mais fácil que a do ano passado, quando as notas de corte caíram. Mas se a sorte não ajudar, Letícia conta com os estudos e a preparação do ano todo.
“Desde o começo do ano, tento prestar muita atenção nas aulas”, conta a estudante, que não fez cursinho. Ela escolheu essa estratégia, explica, devido ao pouco tempo disponível para revisar os conteúdos sozinha: frequenta a escola pelas manhãs, tem aulas três tardes por semana e faz provas à noite. Na reta final, Letícia não vai mudar a rotina, só tentar ficar tranquila. “O vestibular é sempre muito difícil. Tem que se preparar e ir consciente do que já sabe, não adianta chegar lá e achar que vai acertar tudo”, diz.
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Ao todo, 63.959 pessoas se inscreveram para a prova de 2010 da UFMG – que oferece 6.600 vagas em 75 cursos de graduação, 40% a mais que em 2008, quando havia 4.714 vagas em 49 cursos. Também em 2008, ocorreu uma mudança significativa no vestibular da instituição: a primeira fase deixou de ter dois dias e assumiu seu formato atual, de um dia.
“Era cansativo. Na época, eram quatro horas no sábado e quatro no domingo”, recorda Bruno de Almeida Pedersoli, de 22 anos, aluno do oitavo semestre de Medicina da UFMG. Como Letícia, ele também não fez cursinho. Natural de Ouro Branco, interior de Minas Gerais, Bruno se mudou para a capital com a família quando estava no terceiro ano do ensino médio e, em Belo Horizonte, “os colégios já são muito voltados para o vestibular”, relata o futuro médico.
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O conteúdo da prova “não é polêmico e avalia o conhecimento”, opina Leonardo Mattos, de 20 anos, matriculado no quinto semestre de Farmácia na UFMG. “Tinha a parte decoreba, que não dá pra fugir. Mas é uma prova inteligente que faz pensar”, acrescenta. A estudante de Arquitetura Stephanie Affaf, de 21 anos, concorda com ele. “É uma prova tranquila. Não que seja fácil, mas não tem muita pegadinha. É estudar mesmo”, declara.
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No dia da prova, o melhor é manter a tranquilidade, recomenda Bruno. “Tem gente que fala que tem que estudar muito no final. Outros dizem para relaxar mais. Mas a pessoa tem que fazer como ela acha melhor e não se pressionar”, aconselha. “Aquilo não determina sua inteligência. É uma prova injusta por diversos motivos”, complementa.
"Você tem que confiar no que estudou e no seu conhecimento porque não é uma prova em que você corre risco de ter um branco”, reforça Leonardo, lembrando que sua aprovação na UFMG foi casual. “Minha prioridade era a Federal de Juiz de Fora, minha cidade. Fui aprovado lá, mas fiquei em primeiro lugar na lista de excedente da UFMG, então comecei a pensar: por que não?”, conta o estudante de Farmácia, admitindo não ter lido os livros obrigatórios da prova. “Eu não estava com preocupação nenhuma de fazer o vestibular da UFMG. Foi meio negligência, mas fui muito bem na primeira fase”.
Outro motivo para ter calma: mesmo após os exames, vestibulandos podem ter que responder a questões importantíssimas. Letícia, por exemplo, não sabe se quer mesmo estudar na UFMG, em Belo Horizonte, onde acha que pode conseguir um bom estágio, ou na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), em Diamantina, onde considera haver um curso melhor. Para realizar a escolha, Leonardo recorda que visitou a capital mineira e conversou com um amigo de sua mãe que fazia doutorado na UFMG. "Fiquei seis meses na Federal de Juiz de Fora antes de vir para cá", conta.
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