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72% dos brasileiros confiam mais em professor do que em militar na escola

Pesquisa indica que falta de investimento nas escolas e baixa remuneração dos professores são as principais preocupações da sociedade em relação à educação

Por Taís Ilhéu
3 jun 2022, 15h45
Escola civico-militar em Brasília
Primeiro dia de aulas no CED 01 da Estrutural, uma das escolas públicas do DF onde foi implementado o modelo cívico-militar (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Sete em cada dez brasileiros dizem confiar mais em professores do que em militares no ambiente escolar, segundo pesquisa encomendada pelas organizações civis Cenpec e Ação Educativa. Os principais resultados do estudo foram divulgados nesta sexta (3) pelo jornal O Estado de S. Pauloe vão na contramão da percepção de que a disciplina no ambiente escolar é uma das maiores preocupações da sociedade no que se refere à educação. Para o diretor de pesquisa e avaliação do Cenpec, a pesquisa também indica um reconhecimento dos professores pelos brasileiros.

Denise Carreira, doutora em Educação pela USP e coordenadora da Ação Educativa, defende ainda que os resultados do estudo mostram que os brasileiros não endossam uma das principais justificativas para a militarização das escolas públicas: a garantia de maior disciplina. A questão é secundária diante de maiores preocupações, como a infraestrutura das escolas e a desvalorização dos docentes.

Em números, a falta de disciplina dos alunos foi apontada como o principal problema da educação por apenas 10% dos entrevistados. A falta de investimento pelo governo (28%) e a baixa remuneração dos professores (17%) foram as respostas que mais apareceram. “A gente precisa ter uma política de médio e longo prazo com financiamento adequado e que enfrente a valorização docente como prioridade”, afirmou Carreira em entrevista ao Estado de S. Paulo.

A pesquisa, realizada em conjunto pelo Instituto Datafolha e o Centro de Estudos de Opinião Pública (Cesop) da Unicamp, ouviu 2.090 pessoas a partir de 16 anos entre os dias 8 e 14 de março.

Militarização das escolas

Em setembro de 2019, o presidente Jair Bolsonaro lançou o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, que tinha como objetivo inserir oficiais – da reserva, Polícia Militar e até mesmo do Corpo de Bombeiros – na estrutura organizacional das escolas públicas. No final de 2021, mais de 100 escolas públicas em todo o país já haviam aderido ao modelo. A expectativa é que até o final de 2022 o Brasil contabilize 216 escolas cívico-militares.

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Neste texto, o GUIA DO ESTUDANTE explica a diferença entre escolas militares e as que vem sendo militarizadas nos últimos três anos.

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72% dos brasileiros confiam mais em professor do que em militar na escola
Pesquisa indica que falta de investimento nas escolas e baixa remuneração dos professores são as principais preocupações da sociedade em relação à educação

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