Em um continente onde cerca de 43% da população – 600 milhões de pessoas – não têm acesso à eletricidade, os estudantes, inevitavelmente, acabam sendo um dos grupos mais afetados. É o que vivem as crianças e jovens de Botsuana, país localizado próximo à África do Sul. Lá, apenas 37,5% da população que mora na região rural têm acesso à eletricidade, como mostrou um relatório da organização Sustainable Energy for All.
Diante deste cenário, o engenheiro eletrônico Kedumetse Liphi, que vive no país, resolveu buscar uma solução: criou uma mochila capaz de armazenar energia a partir da luz solar. Desta maneira, os estudantes seriam capazes de carregar dispositivos como celulares em até 40% da bateria. Além disso, também seria possível alimentar lanternas, já que muitos dependem de velas para realizar tarefas escolares como leituras e exercícios à noite.
A ideia pode impactar diretamente no aproveitamento de crianças e adolescentes da área rural do país, que terão um tempo maior de acesso à eletricidade. Assim, poderão estender seus estudos para o período da noite e ainda recarregar celulares e computadores para pesquisas.
A mochila foi batizada de Chedza – que significa “luz”, na língua Kalanga. A composição da mochila também foi pensada para os estudantes, que carregam materiais como livros e cadernos: além de ser fabricada com uma lona resistente, também é à prova d’água. O diferencial, que é a capacidade de gerar energia, ocorre a partir de uma placa instalada na parte da frente, que fica exposta quando a bolsa é carregada nas costas. Esta placa absorve os raios solares – abundantes em Botsuana, um dos países com maior incidência solar do mundo – e os armazena na forma de energia.
De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), mais de 100 exemplares da mochila já foram vendidos a US$ 54. Mas o objetivo é que o produto chegue gratuitamente a quem mais precisa. Em entrevista ao portal de notícias da ONU, o engenheiro responsável pela ideia ressaltou que pretende firmar parcerias com o governo e com ONGs.
A ideia já começou a sair do papel: a organização Dare to Dream, sediada Botsuana e que incentiva o ingresso de meninas e mulheres nas chamadas STEM (carreiras em Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) já adquiriu 33 mochilas que foram distribuídas a estudantes de 14 a 19 anos. Além de promover o aprendizado, a iniciativa busca incentivá-las na área e mostrar que as ideias mais simples podem também ser as mais úteis.
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