14 filmes e séries para quem gosta da área de Comunicação
A área está diretamente ligada ao poder e ao controle de informações essenciais para uma sociedade
Se você sonha em estudar Comunicação Social, vai gostar de assistir os filmes e séries que o GUIA separou nesta lista. A área de comunicação está diretamente ligada ao poder e às informações essenciais para uma sociedade. Em Jornalismo há a divulgação de notícias e dados sobre o que está acontecendo no mundo; em Publicidade e Propaganda, projetos de venda de produtos e ideias; e em Relações Públicas, há o controle da imagem e da voz de empresas e pessoas.
A comunicação está em nossas vidas diariamente, mas, para pensar e entender esse campo tão complexo e influente, é necessário se ambientar à carreira desses profissionais. Por isso, confira os filmes e as séries que separamos para te ajudar nessa missão.
1) Spotlight: segredos revelados (2015)
Spotlight é um filme que mostra a descoberta, por um grupo de jornalistas, de um caso de abuso de crianças por padres católicos em Boston, nos Estados Unidos. Criada a partir de uma investigação real, a trama traz as dificuldades enfrentadas pelos repórteres investigativos para comprovar a veracidade da suspeita. Você poderá ver como é a relação dos profissionais com suas fontes (inclusive as que estão sendo acusadas), como é feita a pesquisa em arquivos e documentos públicos e como se monta o quebra-cabeças da reportagem a partir de uma informação inicial. É um filme que mostra exatamente a visão idealizada da profissão do jornalista.
2) Obrigado por fumar (2005)
O filme traz a história de um representante da indústria do tabaco. O protagonista Nick Naylor é responsável por defender a venda e o consumo de cigarros e minimizar os riscos à saúde causados pelo produto. Para isso, ele vai aos programas de televisão falar sobre os benefícios do tabaco e também se articula com produtores de filmes para que o cigarro seja um elemento constante nas tramas criadas. Investigado por uma jornalista, Nick enfrenta também a oposição de um senador que quer categorizar o produto como nocivo à saúde e se assusta quando seu filho começa a ter interesse pela profissão.
3) No (2012)
O filme se passa no Chile de 1988, quando o general Augusto Pinochet comandava o país em uma ditadura. Com a abertura de um plebiscito para saber se a população desejava seguir com Pinochet no comando da nação, o publicitário René Saavedra é contratado por membros do parlamento para integrar a campanha do “não” contra o ditador. Acostumado a trabalhar em uma agência em que seu chefe foi chamado para fazer a campanha do “sim”, Saavedra tem que criar peças e materiais publicitários com poucos recursos financeiros e sob investigação constante de órgãos governamentais divulgando por que a população deve votar contra a permanência de Pinochet no poder.
4) Mera coincidência (1997)
A poucos passos de ser reeleito, o presidente dos Estados Unidos vê sua campanha ruir ao divulgarem que estava envolvido em um escândalo sexual. Para recuperar os votos e fazer com que a população esqueça os atos que cometeu, os assessores do presidente contratam um produtor de filmes de Hollywood para criar algo que desvie a atenção dos eleitores. Assim, toda a mídia começa a divulgar uma guerra na Albânia, com imagens filmadas e forjadas pelo cineasta, e o presidente tem a chance de acabar com o conflito e retomar o gosto da opinião pública.
5) O abutre (2014)
Sem dinheiro e sem emprego, Louis Bloom descobre uma forma de conseguir renda enquanto procura uma ocupação formal. Ele começa a produzir matérias e notícias policiais para jornais que estão atrás de histórias chocantes de crimes. Por isso, Louis vai atrás de assassinatos, acidentes e outras ocorrências violentas durante a noite para tentar cobrir e vender para os veículos de mídia interessados. A trama questiona a tênue linha ética entre o que pode e deve ser divulgado e o que é noticiado apenas para polemizar e aumentar a audiência.
6) Todos os homens do presidente (1976)
Um filme veterano para enriquecer a lista. A trama traz a história do escândalo político (e real) Watergate, ocorrido nos Estados Unidos em 1972, que levou à queda do presidente Richard Nixon dois anos depois. Ela conta como os jornalistas Carl Bernstein e Bob Woodward descobriram que a invasão do escritório do Partido Democrata para colocar escutas telefônicas a fim de chantagear os envolvidos estava relacionada à equipe de reeleição de Nixon. A cobertura de casos de espionagem política de alta patente e a relação dos repórteres com informantes – fontes que não devem ser reveladas – são alguns dos elementos do trabalho jornalístico que podem ser observados no longa.
7) A rede social (2010)
Este filme contemporâneo mostra como ocorreu a criação da plataforma que viria a ser o Facebook anos depois. Após um experimento prévio – uma plataforma que avalia a beleza das mulheres -, repreendido pela direção da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, Mark Zuckerberg e outros jovens da instituição decidem criar uma rede social para unir os estudantes da universidade. Com o tempo, Zuckerberg vai fazendo melhorias na plataforma para que ela possa crescer e ser conhecida por jovens de outras faculdades. A trama traz as nuances de uma disputa intelectual de egos e também aborda o empreendedorismo ao criar uma ferramenta que é amplamente utilizada por trabalhadores da área de comunicação do mundo todo não só para diversão, mas também profissionalmente.
8) O candidato (1972)
A criação da imagem de um candidato é o principal mote da trama que se passa nos anos 1970. O filme mostra o trabalho de uma equipe composta por assessores de imprensa e publicitários para garantir que Bill McKay vença as eleições pelo Partido Democrata para o senado norte-americano. Mesmo sem ter um projeto concreto de governo, McKay consegue se estabelecer na disputa eleitoral graças à poderosa campanha minuciosamente montada por sua equipe de comunicação.
9) O abraço corporativo (2009)
Este documentário trata de um ponto essencial do jornalismo: a checagem de informações. Ele mostra como a mídia retratou uma novidade no Brasil a partir de um estudo elaborado pela Confraria Britânica do Abraço Corporativo, que constatou que o abraço entre colegas de trabalho conseguiria melhorar relações interpessoais e profissionais. O consultor de recursos humanos Ary Itnem representava a “teoria do abraço” no país e foi entrevistado por vários veículos da imprensa sobre os benefícios do abraço para a comunicação em ambientes de trabalho. No entanto, a mídia falhou em conferir a procedência da informação. Na trama você verá como uma situação inventada se tornou um fato noticiado pela mídia e como como profissionais da imprensa classificaram o caso.
10) O informante (1999)
Ambientado em 1994, o filme conta a história do vice-presidente da indústria de tabaco Brown & Williamson (sim, novamente essa questão), Jeffrey Wigand, que decide revelar em entrevista ao 60 Minutos, programa da rede nacional de televisão norte-americana CBS, que os técnicos e trabalhadores da empresa não tinham conhecimento da capacidade viciadora da nicotina, e seguiam adicionando cada vez mais o químico ao cigarro, fazendo com que a população ficasse presa ao produto. Com o impacto jurídico que poderia ser causado pela declaração, o canal decidiu não levar ao ar essa edição do programa. A trama traz com isso um dilema ético de revelar uma informação de interesse público ou omitir e também o poder de persuasão jornalística, a partir da ação do produtor do 60 Minutos, Lowell Bergman, que convenceu o representante da indústria tabagista a se manifestar em rede nacional.
11) Rede de intrigas (1976)
Um último clássico para fechar a lista. Rede de intrigas se passa nos Estados Unidos e traz a trama envolta em torno da demissão de um âncora de um programa de televisão. Ao receber o comunicado de que foi cortado do quadro de funcionários da empresa, Howard Beale anuncia durante a transmissão da atração, que iria deixar a emissora e que se mataria ao vivo na próxima semana. A informação bombástica muda o rumo das decisões dentro da empresa: Howard é afastado e o público pede insistentemente sua volta para o comando do programa. Ao voltar ao posto, o apresentador adota um comportamento surreal, quase louco. O filme mostra o poder que a mídia e as informações divulgadas para toda nação têm de influenciar a opinião do público espectador.
Bônus: séries
12) Mad Men
Mad Men se passa em uma agência de publicidade dos anos 1950 ao fim da década de 70, nos Estados Unidos. O seriado traz um pouco do contexto histórico do meio publicitário e também da sociedade norte-americana da época. Para quem nunca entrou em uma agência, é muito interessante ver a divisão dos cargos, como as funções são distribuídas entre as equipes de roteiro, criação, arte e vendas, e também entender o crescimento das mulheres em posições de trabalho dentro desses espaços. Outro ponto interessante de se observar são os clientes da empresa. A partir deles, a trama traz questões como a disputa entre Richard Nixon e John Kennedy, o crescimento e o declínio da indústria tabagista e a chegada do homem à lua, na missão Apollo 11, em julho de 1969. A série tem fotografia e figurino incríveis e, em sete temporadas, é impossível não se apaixonar pelos personagens e por seus dilemas éticos, tanto profissionais quanto na vida pessoal.
13) House of Cards
A série queridinha de boa parte dos brasileiros trouxe uma situação muito parecida com a política do país na quarta temporada – que estreou no início de 2016. House of Cards trata do cenário político norte-americano e das alianças e disputas internas pelo poder travadas tanto no congresso quanto nos cargos executivos dos Estados Unidos. É uma ótima oportunidade de saber como é o trabalho de comunicação interna e assessoria. Além disso, a série ajuda bastante a entender como se dá a relação entre repórteres investigativos e fontes de alto escalão, como deputados e senadores. Se você se interessa por jornalismo político, vai adorar saber um pouquinho do que ocorre por trás das câmeras no controle de uma nação!
14) The Newsroom
Com três temporadas, The Newsroom conta a história dos bastidores de um programa de televisão (adivinhem?) também nos Estados Unidos. Antes de sair de férias, Will McAvoy comandava a atração News Night ancorada em notícias sensacionalistas e voltadas para a atração da audiência. Ao voltar, ele se depara com uma nova produtora-executiva do programa: sua ex-noiva, MacKenzie McHale, que assume o controle da atração e implementa uma nova linha editorial, em que apenas matérias e reportagens de interesse público, com informações relevantes, serão abordadas pelo News Night. A série mostra as dificuldades financeiras, ideológicas e pessoais de uma equipe de telejornalismo para manter uma atração diária no ar.