“Quando contratamos um jovem, contratamos seu potencial”, diz Joyce Alves, analista de Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO) na Votorantim. O que ela diz dá luz a um fato sobre o começo da vida profissional: há tolerância para que certas competências sejam desenvolvidas. Não só. Segundo ela, as organizações têm uma parcela de responsabilidade nessa formação.
Nesse sentido, programas de estágio, por exemplo, costumam oferecer boas oportunidades de crescimento, que, sendo aproveitadas ao máximo pelos jovens talentos, ajudam a pavimentar um bom início de carreira. Faz sentido, então, que profissional tenha noção do que se espera dele para analisar se é o caminho que quer percorrer. “É necessário ver o valor para que ele, de fato, se mobilize genuinamente nas ações de desenvolvimento”, afirma Joyce.
Entenda o que as organizações esperam dos estagiários e como tirar o máximo proveito de um programa de entrada.
As habilidades comportamentais mais esperadas dos estagiários
Joyce pontua quatro habilidades comportamentais esperadas para posições de estágio:
Agilidade de aprendizagem
Adaptabilidade
Trabalhar em time
Vontade de aprender
Juntas, essas competências resultam, inclusive, na capacidade de identificar próprios pontos fortes e de desenvolvimento, como impacta nas relações com os stakeholders de maior interação e na empresa como um todo, segundo a analista de DHO da Votorantim S.A.
“Vale ressaltar que, no mundo moderno, com a flexibilidade no horário de estágio, na composição das grades curriculares e nos horários de aula; com a utilização de notebook como ferramenta de trabalho e atividades de relevância e exposição sendo conduzidas por estagiários, acredito que habilidades como inteligência emocional e autoconhecimento em breve serão requeridas, assim como são para posições de maior complexidade.”
Sim, os recrutadores conseguem identificá-las durante o processo seletivo
É o que explica Joyce. “Hoje em dia temos processos variados que proporcionam ao candidato uma experiência de exposição e teste dessas habilidades logo nas etapas à distância”, diz ela. “Quando falamos das etapas presenciais como dinâmicas de grupo, podemos notar o grau de presença, preparo ou até mesmo o nervosismo que podem ser indícios dessas habilidades. E, finalmente, quando chegam as etapas de entrevistas individuais, em uma conversa bem pensada e estruturada o recrutador pode buscar situações vividas pelo candidato, afim de obter mais informações para identificar o quão desenvolvida é essa habilidade.”
Para aproveitar seu estágio a fim de conseguir o máximo de desenvolvimento
Há muito que a organização em que se trabalha pode oferecer para impulsionar o crescimento pessoal e profissional de seus estagiários. É possível identificar três eixos fundamentais nesse sentido: desafios, feedbacks e treinamentos.
Na Votorantim, por exemplo, o programa foi desenhado para contemplar os pontos acima em uma jornada de desenvolvimento. Com isso, os estagiários da empresa desenvolvem um forte “senso de dono” em relação ao seu trabalho e carreira.
De acordo com Joyce, que também destaca a importância do autoconhecimento, alguns passos podem ser tomados pelo próprio jovem para acelerar seu crescimento. São três as suas principais recomendações:
#1 Cultive bons relacionamentos com seu gestor, pares, fornecedores e outras áreas com quem tem interação. “Assim, você tem grandes chances de as relações serem fluídas e o trabalho acontecer naturalmente.”
#2 Foque na solução. “Nossa mente é energizada quando ficamos abertos a ideias e novas possibilidades, isso ajuda a nos aproximar dos melhores resultados que podemos oferecer.”
#3 Aproveite muito os treinamentos oferecidos pelo programa. “Eles não são apenas para o desempenho das suas atividades, são para a vida, e serão a base que sustentam seu desenvolvimento para outros passos de carreira.”
Este texto foi originalmente publicado no portal Na Prática, parceiro do Guia do Estudante.