Quem faz um curso ou está prestando vestibular para a área de ciências humanas já está acostumado a ouvir que vai estudar muito para ganhar pouco. Há quem diga que esses diplomas trazem pouco retorno financeiro – mas também quem afirme que as possibilidades são ilimitadas com esses conhecimentos na bagagem. Quem segue carreiras de humanidades geralmente desenvolve um olhar crítico apurado e aprende a lidar com questões complexas.
Pelo menos, essa é a teoria do norte-americano George Anders, que escreveu o livro “You Can Do Anything: The Surprising Power of a “Useless” Liberal Arts Education” (“Você Pode Fazer Tudo: O surpreendente poder de um educação ‘inútil’ em humanidades”, em tradução livre). Nele, o autor defende que quem se dedica às humanas tem habilidades úteis para diversas profissões, inclusive as que oferecem melhor remuneração. E ele tem razão.
O GUIA DO ESTUDANTE reuniu aqui as carreiras mais bem pagas para quem é de humanas, de acordo com um levantamento recente do Ministério do Trabalho. Confira:
1. Diretor de recursos humanos
O diretor de recursos humanos é uma posição sênior, que ganha, em média, R$ 27.567,84. A sua função é liderar a área que cuida da carreira dos funcionários de uma empresa. Desde o momento da contratação até o plano de promoções, passando por salários e manutenção de um bom clima no ambiente de trabalho, o profissional de RH está presente, supervisionando tudo. O seu papel é criar uma ponte entre os colaboradores e a direção, isto é, lidando diretamente com pessoas, analisando desempenhos e promovendo uma boa comunicação entre todas as partes.
Para poder atuar na área, as melhores opções são as graduações de psicologia, administração, gestão de recursos humanos e serviço social. O curso de psicologia, por exemplo, dará ao estudante ferramentas valiosas para entender a personalidade de candidatos em processo de recrutamento de novos talentos para empresas, por exemplo. Já os formados em administração têm conhecimentos sobre a estrutura organizacional de companhias, úteis para traçar promoções e relocações estratégicas.
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2. Diretor de compliance
Um diretor de compliance tem salário médio de R$ 22.342,16. Mas o que raios é compliance? Essa é a área da empresa que garante que as operações internas e externas estejam em conformidade com a legislação e normas regulatórias. Ou seja, a que se certifica de que está tudo sendo feito dentro da lei. Para isso, o profissional se mantém atualizado não apenas nos regulamentos do setor, mas também institui controles internos, como auditorias frequentes e treinamento de funcionários para prevenir casos de corrupção.
Quem estudou direito ou administração vai ter mais facilidade para seguir em compliance. Advogados possuem o conhecimento técnico de leis, um trunfo para o cotidiano do setor, além de noções de ética, importantes para elaborar o código de conduta de uma empresa. Administradores também podem se especializar na área, a partir dos conhecimentos gerais sobre o bom funcionamento estrutural de empresas. Mas nada impede que um profissional formado em gestão ambiental também não possa fazer carreira na área, por exemplo.
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3. Professor de Ensino Superior na Área de Pesquisa Educacional
O salário médio desse profissional é R$ 18.684,75. A área de pesquisa educacional se dedica a coletar informações sobre as instituições de ensino a partir de quem participa delas: professores, alunos, responsáveis, funcionários e ex-alunos. Professores que atuam nesse setor coordenam atividades de pesquisa, ensino e extensão em faculdades, e estão sempre atentos ao nível de satisfação e problemas da comunidade acadêmica.
Para ter esse cargo, é possível optar por praticamente todos os cursos de humanidades na graduação, desde antropologia até design, passando por turismo e cinema – o segredo é depois seguir as respectivas carreiras acadêmicas, fazendo mestrado e doutorado. Para quem quer se dedicar ao ensino de humanidades no ensino básico, as carreiras que oferecem a opção de licenciatura são o caminho – e vão do curso de geografia às artes visuais.
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4. Diretor de Marketing
Esse profissional, que tem salário médio de R$ 19.278,00, é responsável por toda a estratégia de marketing de uma companhia. Isso significa gerir a equipe responsável por elaborar planos de publicidade, construção da imagem da marca e relacionamento com o público. Também é ele quem supervisiona a comunicação em diversos canais, dos mais tradicionais, como TV e rádio, como nos que estão em constante mutação, como redes sociais.
Existem graduações específicas em marketing, mas quem faz publicidade e propaganda, comunicação social e até jornalismo também se encaixa na carreira. Além dos conhecimentos técnicos sobre comunicação adquiridos nesses cursos, habilidades úteis como criatividade, trabalho em equipe e resolução de problemas em curtos prazos também geralmente são desenvolvidas por estudantes dessas áreas.
5. Profissional de Relações Internacionais
Está enganado quem pensa que estudantes de relações internacionais viram diplomatas e só. Quem se dedica a RI pode ter postos de trabalho em multinacionais, traçando cenários e avaliando riscos para negócios, por exemplo, ou em órgãos governamentais diversos, como agências de fomento de relacionamento com exterior. Esse profissional ganha em média R$ 12.078,04.
A versatilidade de atuação desse profissional se deve ao curso que reúne diversos temas em sua grade – de noções do direito até análise política. A formação variada, com foco em temas atuais, traz conhecimentos aplicáveis em diversas situações, e também fomenta habilidades importantes para um mundo cada vez mais globalizado, como o aprendizado de línguas. Pessoas formadas em outras graduações, como comércio exterior, ciências políticas ou direito, também podem fazer carreira na área.
