A única coisa que realmente gosto é de tocar violão! Devo levar o hobby como profissão?
Orientador profissional esclarece
Estou com um grande problema: tenho 20 anos e ainda não sei o que eu quero para a minha vida. A única coisa que gosto realmente de fazer é cantar e tocar violão, mas ainda não tenho uma escolha profissional. Isso é muito ruim para o meu futuro?
Enviado por Carlos
Os hobbies revelam interesses e motivações bastante enraizados. Transformá-los em profissão pode ser altamente gratificante, pois desdobra interesses já identificados, motivados, mas também exige certa transformação na forma como as pessoas se relacionam com eles. O tempo dedicado às atividades e a forma com são executadas profissionalmente podem sofrer alguma alteração. O exercício profissional exige disciplina, seguir rotinas, negociar remuneração, aspectos que muitas vezes frustram idealizações.
Comece avaliando seus conhecimentos sobre carreiras no campo da Música. Há, por exemplo, bachareis em Música que desenvolvem conhecimentos ligados a orquestração e arranjo, regência e execução de instrumentos próprios a orquestras. Há cursos apenas de Música Clássica e outros que englobam a Música Popular. Dedique-se a pesquisar os cursos, o mercado concreto de trabalho, as possibilidades de especializações e derivações da carreira, como “Produção Musical”, por exemplo.
Ao mesmo tempo, realize um processo de reflexão mais amplo para investigar outras possibilidades profissionais. Pesquise o grande universo das profissões em nossa sociedade, observando de início a descrição de cada uma delas – você pode contar com a ajuda da seção “Profissões e universidades” deste site. Descarte então aquelas que estão bem longe de seus interesses.
Avance e busque avaliar sua história pessoal no sentido de que valores vocês traz consigo, que experiências foram positivas ou trouxeram desafios que você deseja superar, que contatos com profissões você já teve e como você os avalia.
Busque então se informar sobre a história do trabalho em nossa sociedade: as variações da economia, os projetos políticos em jogo, o desenvolvimento de novas tecnologias, as formas de vínculo trabalhista que existem. Imagine os ambientes de trabalho, as rotinas, o tipo de relações com outras pessoas que as profissões estabelecem, a que objetivos sociais elas se destinam.
Escolher uma profissão é um processo complexo. Não há uma resposta simples e direta. É você que deve construir esta resposta depois de pensar sobre as questões acima expostas e sobre outras muitas (observe outras tantas respostas nesta seção deste site).
Depois de refletir sobre você mesmo, sobre a realidade do trabalho em nossa sociedade e sobre as profissões, haverá um momento em que você terá que tomar um “ato de coragem”, ou seja, que assumirá os riscos inevitáveis diante do futuro. Mas serão riscos conscientes, que você correrá com confiança.
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