As 50 melhores profissões nos EUA, hoje e daqui a dez anos
Pesquisa mostra que melhores perspectivas salariais não significam, necessariamente, chance de sucesso na carreira
Até pouco tempo atrás — e talvez ainda hoje, em parte do imaginário popular — era comum considerar o médico ou o advogado como o profissional de sucesso e bem remunerado. Não é que não seja mais verdade, mas, de acordo com uma pesquisa recente realizada pela U.S. News & World Report, podemos afirmar que outras carreiras integram esse grupo.
A pesquisa faz uso de alguns critérios, como nível de estresse, perspectivas de ascensão na carreira, remuneração e expansão do mercado de trabalho, para avaliar quais seriam hoje as 100 profissões nos Estados Unidos com perspectivas de oferecer, digamos, o melhor custo-benefício. O portal How Much ranqueou 50 delas de acordo com apenas dois desses critérios: as perspectivas salariais e de abertura de vagas para os próximos dez anos.
E é aí que algumas das profissões mais tradicionais, principalmente ligadas à área da saúde, como medicina e ortodontia, embora apareçam com alta remuneração, acabam ficando atrás de outras novas, como estatístico ou desenvolvedor de softwares. As perspectivas de oferecimento de vagas nesta última é muito maior do que para pediatria, por exemplo – espera-se que, para o primeiro, sejam criadas cerca de 255.400 vagas, enquanto para o segundo as projeções são de cerca de 4.600 vagas. Assim, a diferença salarial de cerca de US$ 70 mil ao ano é superada se levada em conta as chances de se inserir no mercado de trabalho.
Embora a relação com a tecnologia e modernização influenciem no êxito de algumas profissões, fatores muito humanos favorecem outras. É o caso da valorização dos enfermeiros: com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da chamada geração “baby boomer” nos Estados Unidos (nascidos no pós-Segunda Guerra), a demanda por profissionais dessa área tende a continuar crescendo, já que mais idosos precisarão do auxílio de profissionais especializados.
A partir da pesquisa é possível induzir ainda outras variáveis responsáveis por essas oscilações no mercado de trabalho, que apontam inclusive para fatores relacionados à desigualdade e ao acesso ao ensino superior. Já que estamos falando de oferta e demanda, é de se imaginar que áreas em que a oferta de profissionais formados é menor, os salários são maiores. Invariavelmente, os números mostram que uma das áreas mais afetadas é a medicina. Aparentemente, não é só no Brasil que estudar medicina é restrito a uma pequena parcela da população.