Durante o período da pandemia, a maneira de trabalhar e de estudar mudou completamente para muitas pessoas. Enquanto antes era inimaginável manter os estudos ao longo de meses à distância, hoje em dia fala-se em ensino híbrido, sistema que mistura o presencial e o virtual. O mesmo aconteceu com o trabalho. Com a vacinação avançada nos países, muita gente não quer nem saber de voltar para o escritório. Na hora de escolher uma profissão, é importante lembrar que, por mais que o vestibular exista desde 1911, a forma de trabalhar mudou completamente. Um dos motivos é simples: as pessoas estão vivendo por mais tempo. Entre 1940 e 2020, a expectativa de vida do brasileiro aumentou 31,1 anos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Haja boleto!
Ao mesmo tempo em que a longevidade se ampliou, as discussões sobre a crise climática despertaram maior ansiedade nos jovens. Uma pesquisa recente feita por diversas instituições, como o Centro de Inovação em Saúde Global da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford e a Universidade de Helsinque, mostrou que quase 48% dos jovens brasileiros entre 16 e 25 anos hesitam em ter filhos por causa das mudanças climáticas. Por mais que esse medo possa ser paralisante, a vontade de mudar a situação climática do planeta pode ser um estímulo para procurar uma profissão na área ambiental. De acordo com um relatório deste ano do Pew Research Center, 32% da geração Z, aqueles que nasceram entre os últimos anos da década de 1990 e os primeiros anos da década de 2010, participaram de pelo menos uma grande ação ambiental no ano anterior, como doações, voluntariado ou manifestações. A preocupação com o ambiente nunca foi tão grande, o que se reflete na procura por profissões ligadas ao tema.
Em julho de 2020, ainda durante a campanha eleitoral nos Estados Unidos que levou à eleição do democrata Joe Biden, o então candidato afirmou: “quando Donald Trump pensa em mudança climática, a única palavra que ele consegue dizer é ‘farsa’. Quando eu penso sobre a mudança do clima, a palavra em que eu penso é ‘empregos’”.
Trabalhar para cuidar
Sim, há o mundo das engenharias, como a ambiental, que formará engenheiros para atuar no controle e na recuperação de ambientes rurais e urbanos, além de pensar na conservação da água, do solo e do ar. O engenheiro ambiental também cria projetos para a construção de barragens e desenvolve programas de saneamento e gerenciamento de resíduos. A engenharia florestal tem como objetivo formar profissionais que possam trabalhar com a fiscalização e o manejo de florestas, com a criação de tecnologias e produtos para esse ecossistema, com a seleção de sementes, com a recuperação de áreas degradadas ou com a estruturação de projetos de preservação, sempre com foco em florestas.
Fora as engenharias, há um mundo muito mais amplo de possibilidades de carreiras para quem quer defender o meio ambiente. Ao pensar nas principais organizações diretamente ligadas às causas ambientais, como Greenpeace, WWF-Brasil, The Nature Conservancy, entre outras, é importante lembrar que elas são formadas por pessoas graduadas nas mais diversas áreas do conhecimento. Há profissionais de recursos humanos, de administração, jornalistas, advogados, economistas, contadores, além de outras funções diversas que fazem com que a operação continue funcionando. O ativismo ambiental vai além da figura de quem participa de um protesto, pois há uma estrutura por trás da organização para que as manifestações possam acontecer. Uma das maneiras de pensar sobre como atuar na área ambiental é, antes de mais nada, pensar em qual profissão parece mais com os seus interesses atuais. A partir disso, as experiências no ensino superior podem ser direcionadas e assim você tende a ganhar mais cancha na área. Um primeiro passo é ser voluntário de uma ONG, por exemplo, e entender, na prática, como funciona o terceiro setor.
Universo de opções
Além das áreas que se relacionam com a preocupação ambiental, há diversos cursos diretamente ligados ao meio ambiente:
– Gestão ambiental: com base em disciplinas como ecologia, gestão de recursos energéticos e química ambiental, o profissional se prepara para garantir a preservação da natureza, da biodiversidade e a implementação de processos produtivos e comerciais sustentáveis. O curso, que pode ser superior tecnológico (com duração média de dois anos) ou bacharelado (de quatro anos), permite que o formando obtenha cargos em indústrias, propriedades rurais, ONGs ou até no governo.
– Ciências biológicas: o curso ensina sobre o surgimento e o desenvolvimento das diversas formas de vida. Algumas das aulas que o estudante de biologia terá serão zoologia e botânica. Depois de quatro anos de faculdade, o biólogo pode optar por trabalhar em zoológicos, jardins botânicos, organizações que envolvem a defesa do meio ambiente ou ainda com pesquisa científica ou educação.
– Oceanografia: é o curso específico de mares, rios, lagos e águas costeiras. Além de aprender sobre preservação ambiental, saneamento, gerenciamento de recursos naturais e elaboração de relatórios de impacto ambiental nesses ecossistemas, quem escolher trabalhar na área poderá atuar diretamente com a natureza, coletando amostras para análise laboratorial ou realizando mapeamentos do fundo dos oceanos.
– Geologia: é o estudo de temas como hidrologia, cartografia, exploração de depósitos minerais, climatologia e álgebra. O geólogo pode trabalhar com levantamentos acerca da constituição do solo em locais onde serão construídas estradas ou represas, com a pesquisa de fenômenos térmicos e sísmicos ou com a localização e exploração de reservas de petróleo e gás natural, por exemplo.
– Agronomia: o curso trata do preparo e cultivo do solo, controle de pragas ou criação de rebanhos. Desse modo, grande parte do trabalho do agrônomo depende da afinidade com animais, plantas e com o ambiente rural. Após cinco anos de disciplinas como zootecnia, defesa sanitária, produção de biocombustíveis e técnicas de produtividade agropecuária, o profissional pode atuar no desenvolvimento da alimentação e reprodução do rebanho, no cultivo do solo, no processo de colheita ou até no armazenamento de alimentos.
– Biotecnologia: envolve a capacitação de indivíduos para pesquisar novos tipos de plantas e sua resistência, desenvolver técnicas de melhoramento genético, controlar o surgimento de micro-organismos em setores da indústria e prevenir ou remediar a contaminação do solo ou da água. Para isso, ele tem aulas como bioquímica e microbiologia. Existem diversas vagas para biotecnólogos em empresas alimentícias, farmacêuticas e ONGs.
Assine o Curso PASSEI! do GUIA DO ESTUDANTE e tenha acesso a todas as provas do Enem para fazer online e mais de 180 videoaulas com professores do Poliedro, recordista de aprovação nas universidades mais concorridas do país.