Como a mandala Ikigai ajuda a encontrar o trabalho ideal
A ferramenta de autoconhecimento une vocação, propósito e impacto
Este texto foi originalmente publicado no portal Na Prática, parceiro do Guia do Estudante.
O que significa ter uma vida (iki, em japonês) em harmonia com seus desejos e expectativas (kai)? Um caminho é a mandala ikigai, uma ferramenta de autoconhecimento que aborda diversas áreas e intersecções da vida pessoal e profissional.
A ferramenta, que é utilizada no curso de autoconhecimento do Na Prática, envolve um processo reflexivo sobre si próprio. Aliás, ela é bastante simples de implementar e pode garantir insumos valiosos em qualquer fase da carreira.
A mandala é composta por quatro círculos que se sobrepõem:
- O que amo fazer
- O que posso fazer bem
- O que posso ser pago para fazer
- O que o mundo precisa
Ao centro, onde há a intersecção principal, está o próprio ikigai. O objetivo da mandala, assim, é permitir uma melhor visão entre a correlação entre estes aspectos. Além disso, outra finalidade dessa ferramenta é humanizar àquilo que fazemos.
Possibilitando, aliás, o entendimento de que as pessoas não são definidas por seus trabalhos e nem como uma obrigação social. Com uma mandala ikigai em mãos, fica mais fácil refletir sobre como alinhar suas aspirações pessoais e profissionais, seus valores e oportunidades de trabalho.
Não é algo trivial: quando o trabalho é motivado por um propósito pessoal e há alinhamento entre seus valores individuais e os valores de uma organização, você fica mais satisfeito e produtivo – o que beneficia todo mundo.
No vídeo abaixo, Michelle Fidelholc, especialista da Fundação Estudar, explica como funciona sua própria mandala ikigai:
Como preencher a mandala ikigai
Embora inicialmente possa assustar, o preenchimento da mandala ikigai é bastante simples. O recomendado, aliás, é fazê-lo manualmente em uma folha de papel. Já que, assim, é possível ter uma melhor visão das seções.
A seguir, explicamos como fazer o preenchimento de cada etapa.
#1 O que amo fazer
Na primeira seção, está a motivação mais profunda do indivíduo. Questione-se: qual é sua paixão? O que ama? Em outras palavras, pense no conselho de Warren Buffet: o que você faria se não precisasse de dinheiro?
#2 O que posso fazer bem
Já na segunda seção, a proposta é aproximar-se de sua vocação de maneira mais prática. Questione-se: no que você é bom? Quais são seus pontos fortes? O que sabe que pode fazer bem? O que outros valorizam em você? Pergunte também para amigos, colegas e familiares.
#3 O que posso ser pago para fazer
Enquanto isso, a terceira seção da mandala ikigai, a visão é mais realista: onde você poderia trabalhar? Que profissão poderia exercer que esteja alinhada com suas reflexões anteriores? O que você faz e que outros estão dispostos a pagar? Pense no maior número de trilhas possível.
#4 O que o mundo precisa
Por fim, a quarta seção é um tanto mais abstrata, mas nem por isso menos importante: qual é sua missão na Terra? O que você pode conquistar que ajudará outros, por exemplo, a tornar o mundo melhor ou agregar valor social? Acredite: todo mundo guarda isso dentro de si.
Aqui, você pode resgatar as possíveis trilhas que descobriu na seção anterior para validá-las e torná-las possibilidades reais.
Dica: não se pressione!
Conquanto, saiba que algumas das respostas também podem se sobrepor na mandala ikigai, o que não é um problema. O importante, assim, é ser honesto consigo mesmo: não há respostas certas ou erradas.
“Tente encontrar o que está no centro disso tudo. É seu ikigai, sua razão de ser”, fala Michelle.
Ela ainda dá um último conselho: mantenha-se tranquilo durante a busca. “Não tenha a pressão de ter a resposta perfeita agora”, finaliza.