Gostaria de seguir carreira na música, mas estou cansada dos meus professores falarem que música não dá futuro. Devo continuar persistindo?
Enviado por Sara Karolina
São diversos os fatores que estão em jogo no momento da escolha de uma carreira. Expectativas quanto à remuneração, ritmo e ambiente de trabalho, objetivo social da profissão, valores pessoais que podem se realizar por meio do exercício profissional são alguns deles. A persistência em um objetivo diante de obstáculos ou opiniões adversas depende do balanço que pode ser realizado depois da análise profunda destes e de outros elementos.
Para atuar em áreas ligadas à música existem possibilidades diferentes.
A graduação em Produção Cultural permite ao profissional envolver-se com as atividades que dão sustentação à produção e veiculação de obras no campo da cultura, como shows musicais. Neste caso o profissional não executa diretamente as músicas, mas trabala como divulgação, contratação de serviços, contatos para agendamentos, cenografia etc.
O bacharelado em Música forma instrumentistas, compositores e regentes e tem duração de quatro anos para canto, instrumento e licenciatura e de seis para composição e regência. Várias universidades públicas oferecem o curso, tradicionalmente voltado para o estudo da música erudita, mas que cada vez mais tem se adaptado à contemporaneidade, com aulas que contemplam o uso de instrumentos elétricos e de engenharia de som em estúdio (procure identificar tais elementos nas grades curriculares das universidades de seu interesse). Há opções menos tradicionais como a Universidade Livre de Música Tom Jobim em São Paulo (consulte https://www.emesp.org.br/pt/home/).
O profissional que se dedica à construção e manutenção de instrumentos musicais de corda (exceto teclados) é chamado de Luthier. Se este é seu interesse, a Universidade Federal do Paraná oferece curso de graduação que é pioneiro no Brasil. Outras Universidades, como a Federal de São João del Rei em Minas Gerais, mantém luterias e oferecem cursos de especialização e pós-graduação. No entanto, o mais comum é a formação menos formal que ocorre junto a oficinas e luterias privadas ou ligadas a órgãos públicos e ONGs envolvidas em projetos culturais. Este não é um universo muito definido quanto a exigências de capacitação e os profissionais que se sobressaem o fazem a partir do acúmulo de experiências e da pesquisa pessoal.
O curso de Rádio e TV aborda aspectos relacionados à produção e ao gerenciamento da comunicação nestes veículos, incluindo a expressão musical.
Para o estudo da acústica, o curso de Física pode ser proveitoso. Você pode trabalhar no dimensionamento de casas de espetáculo ou em estúdios musicais. Se seu interesse caminha no sentido da produção musical (construção de trilhas sonoras, sonorização de vídeos, técnicas de gravação em estúdio) o melhor caminho é buscar cursos livres relacionados a estas tarefas.
Como você vê, as possibilidades são várias, ou seja, o campo de trabalho é grande. No entanto, isso não se reflete em um mercado promissor. Há poucas referências concretas quanto à remuneração (e quando existem são baixas) para o trabalho do músico. A remuneração varia enormemente em função do “sucesso” que o músico conquista. Além disso, para boa parte das atividades acima elencadas não é exigida a formação superior.
Mergulhe em uma profunda e detalhada pesquisa sobre todas as áreas descritas e relacione as informações obtidas a seus valores, expectativas para o futuro. Procure também entrevistar profissionais das diversas áreas e com graus diferentes de “sucesso” para um panorama mais esclarecedor.
Leia mais:
– Será que devo escolher meu curso por hobby?
– Será que Produção Cultural é a escolha certa?
– Rádio e TV é uma boa escolha?