Gosto de Humanas, mas não quero ser professora. O que faço?
Orientador profissional esclarece
Estou no 2º ano do Ensino Médio e estou com muitas dúvidas em que curso escolher. Quero muito Arqueologia, porém os obstáculos são gigantes… Gosto da área de Humanas, mas não queria ser professora. O que eu faço?
Enviado por Karollina Pereira
No Brasil há poucos cursos de graduação específicos de Arqueologia. As primeiras turmas de graduação se formaram há menos de dez anos. Antes da abertura destes cursos historiadores, biólogos, geógrafos e geólogos e outros ainda tinham como possibilidade a formação pós-graduada em Arqueologia. Esta continua sendo uma possibilidade (o que pode ampliar a possibilidade de atuação profissional em função das outras atividades que estes profissionais podem exercer).
O fato de haver poucos cursos de graduação contrapõe-se à necessidade de profissionais qualificados nesta área: a necessária retomada de obras de infraestrutura como estradas, usinas, desvio de leitos de rios, exploração de minérios, etc., indica bom potencial de aquecimento do mercado, já que tais obras quando em execução demonstram que o Brasil tem milhares de sítios arqueológicos ainda não explorados ou nem conhecidos o que provoca muitas vezes a elevação da remuneração deste profissional ou mesmo a busca de profissionais de outras nacionalidades.
Órgãos públicos (Ministério Público, museus, casas de cultura), centros de pesquisa, universidades, escritórios especializados em estudos de impacto ambiental, são os principais empregadores. Você pode também considerar estudar no exterior. Há importantes centros de formação em Arqueologia no exterior, como na Austrália, em Israel, Egito, Estados Unidos. Saiba que isto envolve muito planejamento quanto a custos, estratégias de conquista de recursos durante os estudos (trabalho), competência linguística, mudanças nos vínculos de amizade e familiares, além de uma pesquisa sobre a qualidade dos cursos.
Quanto a outras opções em “humanas”, não há como indicar cursos sem maiores informações. Os já citados Geografia e História se apresentam como possibilidades; como você não se interessa por lecionar, procure respostas nesta sessão que apresentam outras possibilidades para estes profissionais.
Há opções pouco vislumbradas pela maioria das pessoas. Uma delas é a Museologia, que de alguma forma pode também lidar com as “questões do passado”. O museólogo lida com a preservação, conservação, restauração e curadoria (seleção de obras de uma exposição) de acervos culturais e históricos. O Brasil ainda está construindo uma cultura de preservação de sua memória; o país tem menos de 3.000 museus, enquanto os Estados Unidos possuem 17.500 museus, segundo estimativa da American Associaton of Museums.
Os empregos fixos na área têm aumentado, mas boa parte dos vínculos de trabalho ocorrem sob a forma de prestação de serviços (de caráter temporário). A maior parte das vagas está em São Paulo e no Rio de Janeiro e as especialidades mais procuradas são catalogação e classificação de acervos, conservação e montagem de exposições.
Outros profissionais também podem atuar na área, de acordo com a natureza do museu ou da exposição em curso, como o bacharel em Artes Visuais (montagem e administração de exposições, restauração de obras deterioradas, avaliação / peritagem para a identificação da legitimidade de uma obra ou da idade dela, montagem / administração do acervo de exposições, fundações culturais ou museus), astrônomos, geólogos, designers de interiores, arquitetos, cientistas sociais (em museus de antropologia / arqueologia), biólogos.
Enfim, mergulhe em suas pesquisas e construa alternativas para uma escolha que realmente lhe interesse e seja “viável” dentro de seus parâmetros.
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