Este texto foi originalmente publicado no portal Na Prática, parceiro do Guia do Estudante.
Na cultura empresarial de hoje em dia, o feedback está presente em todos os níveis hierárquicos. Estagiários, trainees, analistas, gestores e todos os envolvidos precisam saber sobre o conceito e como lidar com ele.
Quer saber mais sobre o assunto? Neste artigo, nós preparamos um guia completo para que você aprenda tudo sobre o assunto.
Índice
- O que é feedback?
- Qual o principal objetivo do feedback
- Quais são os tipos de feedback
- Como dar um feedback
- Como receber um feedback
- Como pedir um feedback (com guia para baixar)
- Como utilizar a cultura do feedback para crescer na carreira
O que é feedback?
Segundo o dicionário Michaelis, o feedback é o “retorno da informação ou do processo” ou “a obtenção de uma resposta”.
Nas empresas, por outro lado, onde o conceito é amplamente difundido, o feedback é o modo como uma pessoa informa à outra a sua visão sobre alguma realização ou algum comportamento dessa outra pessoa.
Ou seja: você faz um trabalho para o seu chefe e, após a realização, ele te envia uma mensagem, oral ou escrita, sobre o que achou do seu desempenho. O inverso, nesses casos, também ocorre.
E qual o principal objetivo do feedback?
O objetivo principal do feedback é permitir que todos na organização possam se desenvolver – valorizando pontos fortes e trabalhando pontos fracos. Isso porque, com o esse retorno, é muito mais possível entender o que fazer para corresponder às expectativas e até superá-las.
Assim, então, é possível estabelecer parâmetros de aprendizagem e metas realistas para os funcionários e para a equipe de gestão. Eles podem entender o que têm que fazer como têm que fazer para alcançarem seus objetivos de carreira e, nesse caminho, serem promovidos.
Quais são os tipos de feedback?
Basicamente, existem três tipos de feedback: os positivos, os negativos e os sanduíches.
No caso dos positivos e negativos é simples. Pode ser que você tenha feito algo muito bem ou que faça algo muito bem e então você recebe uma avalição positiva de alguém. E pode ser que tenha algo em que você não manda tão bem assim e então alguém te dá um retorno negativo.
Já em feebacks sanduíches, ocorre de o avaliador trazer à tona pontos positivos, seguidos de um negativo e fechando novamente com algo positivo (formando um sanduíche). Trata-se, nessas situações, de uma maneira de apontar erros e acertos e não apenas uma parte dos pontos. Afinal, ninguém é péssimo em tudo nem ótimo em tudo.
Mas o importante mesmo, agora que você já entendeu o conceito, é partir para as técnicas. A partir de aqui, confira com dar, como receber e como pedir um feedback!
Como dar um bom feedback em 5 passos?
#1 Criar atmosfera de segurança
Uma conversa em um tom estável e cortês passa segurança e pode fazer com que o funcionário seja mais receptivo à análise do seu trabalho. Além de mais propenso a pôr mudanças em prática.
Em qualquer circunstância em que se dê o feedback, tratar o outro com polidez é indispensável.
Se for possível, também é interessante ler as emoções de quem recebe a avaliação e adaptar sua atitude de acordo com isso.
#2 Agir positivamente
Quando se trata de avaliar alguém, como você fala é tão importante quanto o quê você fala.
A descoberta da pesquisadora Marie Dasborough comprova isso. Segundo ela, quem recebe feedback positivo de pessoas que demonstram sinais emocionais negativos se sentem pior do que os que recebem avaliações negativas de quem tem atitude positiva.
Então, mesmo que a intenção seja dar um parecer negativo para indicar que algum comportamento precisa ser ajustado, utilize uma abordagem leve e equilibrada.
Uma boa é começar todas as avaliações com um elogio. Feedback positivo estimula o sistema de recompensa do cérebro e ajuda a deixar o receptor mais à vontade.
#3 Ser específico
São três as principais categorias de feedback, baseadas no objetivo de cada um:
- Reforço positivo
- Feedback construtivo
- Feedback negativo que destaca um comportamento que não pode continuar
No entanto, por trás de cada um deles, a mensagem fundamental a ser passada é de apoio no crescimento e desenvolvimento do profissional.
A melhor forma de fazer isso é dizer exatamente no que o funcionário deve se dedicar mais, evitando ambiguidade na fala – o ideal é incluir sugestões práticas.
#4 Saber a hora certa de dar feedback
Quando se trata de uma questão específica, quanto mais perto vier o feedback, melhor.
No entanto, há exceções. Em algumas situações que envolvem bastante carga emocional, por exemplo, a análise mais tardia pode ser mais benéfica. Vale avaliar cada circunstância.
Dados de uma pesquisa da PricewaterhouseCoopers apontaram que muitos trabalhadores gostariam de receber feedback diariamente ou até, semanalmente. Essa tendência aumentou entre os mais jovens que, inclusive, preferem feedbacks pontuais a avaliações formais.
#5 Ser firme, mas não perverso
A hora de dar feedback é o momento de praticar empatia e tolerância. Ao analisar uma atitude negativa do funcionário, um jeito de aliviar a pressão da conversa é perguntar a sua perspectiva sobre o fato.
Em seguida, conceder sugestões objetivas e específicas, deixando claro que o profissional está sob avaliação, mas que poderá contar com sua ajuda para se desenvolver.
Por último, não repreenda alguém na frente de toda a equipe. Mostrar reconhecimento é apreciado, mas criticar em público pode ter um efeito devastador na autoestima do profissional. E, assim, ainda dificultar sua evolução.
Como receber feedback e aproveitá-lo para evoluir?
Quando recebemos uma resposta negativa sobre algo que fazemos, isso pode nos deixar magoados e sem reação. Isso não pode, no entanto, se tornar algo incapacitante: é preciso reorganizar as ideias e redesenhar os rumos. Siga as seguintes dicas:
#1 Não tenha pressa para reagir
Como parte de um programa de pesquisa para seu novo livro, “Insight”, a psicóloga organizacional Tasha Eurich descobriu que, enquanto a maioria das pessoas busca mostrar suas emoções de imediato, as pessoas autoconscientes se dão dias, ou até mesmo semanas, para rebater o feedback negativo.
Especificamente, muitas dessas pessoas relataram trabalhar ativamente para mudar o modo como viam o feedback – pensando na informação como útil e produtiva -, algo que os psicólogos chamam de “reavaliação cognitiva”.
Outra técnica que utilizavam é a autoafirmação. Ou seja: lembrar de outros aspectos da própria personalidade (considerados positivos). Isso diminui à resposta física à ameaça e ajuda a se tornar mais aberto ao comentário negativo.
#2 Obtenha mais informação
“Não conseguimos reagir a um feedback até que o compreendamos completamente”, diz Tasha. Especialmente quando se trata de uma opinião, geralmente é uma boa ideia perguntar a alguém confiável sobre o comportamento.
Não apenas isso pode dar mais detalhes sobre a questão tida como negativa, mas também pode evitar a correção exagerada do comportamento, baseada na opinião de apenas uma pessoa.
Entre as descobertas da estudiosa, está que a maioria das pessoas autoconscientes tem um círculo pequeno de pessoas em quem confiam para lhes dar feedback. Os “críticos amados” – como a psicóloga os chama – não precisam ser necessariamente amigos ou pessoas próximas.
#3 Dê um sinal das mudanças
Mudar um comportamento não garante que os colegas perceberão. Quando a transformação se dá por conta do feedback dos outros, mas eles não percebem o esforço, o indivíduo pode se sentir desencorajado.
“Como o treinador de liderança Marshall Goldsmith notou tão apropriadamente, pode ser mais difícil mudar as percepções de nosso comportamento, do que mudar o próprio comportamento.”
A solução encontrada por Tasha? Logo em seguida ao feedback, realizar uma ação altamente visível e simbólica que mostrará quão sérios são os propósitos de quem procura evoluir de acordo com suas críticas.
#4 Depois do feedback negativo, não seja um mártir solitário
Receber um feedback negativo pode provocar o isolamento. Uma pesquisa científica provou isso: depois do feedback negativo, a tendência é evitar quem o deu. O que os mesmos estudiosos também descobriram é que os que agem assim experimentam declínio em seu desempenho.
Para Tasha, no entanto, o momento deve ser visto como uma oportunidade.
“O feedback negativo pode ser uma desculpa excelente para reajustarmos nossos relacionamentos e, com a abordagem adequada, nossos maiores críticos pode se tornar nossos maiores defensores.”
#5 Mantenha em mente que a mudança é apenas mais uma opção
A maioria das pessoas ambiciosas de sucesso acredita que, quando um comportamento está limitando seu sucesso, elas devem trabalhar para mudá-lo. Mas nem sempre a melhor forma de administrar as fraquezas é tão clara.
Às vezes, um feedback pode colocar luz em falhas que estão “entranhadas”. Nesses casos, pode ser que a melhor resposta seja admiti-las – primeiro, para si mesmo, e depois, para os outros -, enquanto definimos expectativas sobre como deveríamos agir.
“Quando nos livramos das coisas que não podemos mudar, isto nos libera energia para focar na mudança das coisas que nós podemos”, diz, por fim, Tasha.
Como pedir feedback?
Por fim, o Na Prática preparou um guia completo e gratuito para que você aprenda como pedir feedbacks, de modo pertinente e na hora certa.
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