“Uma pessoa introvertida pode cursar Psicologia?”
Ninguém nasce pronto! A pergunta importante é se você está disposto a trabalhar sua introversão ao longo da graduação
A pergunta desta semana foi enviada pela Paula Rodrigues, via Instagram. Quem responde é Rafael Antunes, diretor da Escola Vereda Unidade Mooca e que também está cursando Psicologia.
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“Uma pessoa introvertida pode cursar Psicologia?”
Sim! Quando pensamos em um profissional da Psicologia, estamos falando de alguém muito mais ouvinte do que falante. Inclusive, o ideal é que essa pessoa não seja uma ouvinte comum, mas exerça uma escuta ativa – ou seja, que ela saiba ouvir seu paciente com interesse, atenção e empatia. Na prática, seria escutar mantendo um diálogo com o outro, prestando total atenção e se interessando pelo assunto. É importante ainda não se limitar à fala do interlocutor, mas também como à forma como determinado assunto é falado, às expressões corporais e ao que também não é dito. Neste sentido, é importante que essa escuta ocorra sem juízo de valores e sem que que o ouvinte – neste caso, o psicólogo – roube o protagonismo do outro indivíduo.
+ 11 áreas de atuação para quem cursa Psicologia
É preciso entender que ao longo de todo o curso, as técnicas são aprendidas, treinadas e supervisionadas, e os estudantes realizam estudos de caso em que se colocam na situação do profissional em atendimento. É um longo trabalho de desenvolvimento de saberes que vão desde as abordagens da Psicologia (psicanálise, humanista, cognitiva, comportamental etc.), passando pelo entendimento do funcionamento da mente e manifestações do comportamento humano. Os estágios de observação e atuação supervisionada em diferentes áreas, como clínicas, escolas e hospitais, também fazem parte da rotina do estudante de psicologia.
É por tudo isso que, apesar da timidez, é possível se deparar ao longo da graduação com situações de desenvolvimento da extroversão. Por ser um curso que estuda o comportamento humano, a Psicologia possui, na maioria de suas disciplinas, momentos de discussão compartilhada, estudo de casos clínicos, apresentações de pesquisas e trabalhos, além dos estágios supervisionados, já mencionados. Todos esses aspectos, articulados a um acompanhamento terapêutico (recomendado para qualquer pessoa, mas fundamental para estudantes e profissionais de Psicologia) colaboram para o desenvolvimento de tais habilidades.
Logo, a introversão, se bem administrada, não é um empecilho para cursar Psicologia ou qualquer outra graduação. Apesar de existirem habilidades esperadas e fundamentais para o exercício pleno de determinadas áreas, é importante compreender que elas serão desenvolvidas ao longo dos anos de graduação. Para isso, basta que o estudante se permita conhecer, experimentar e superar os desafios que surgirem ao longo deste trajeto.
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