Como decidir entre a carreira que eu quero e a que meus pais sugerem?
Orientador profissional esclarece
Minha mãe quer que eu faça algo do tipo “Direito” mas eu gosto mesmo é da área da biologia… Desde pequena sempre sonhei em ser veterinária, mas minha mãe não quer de jeito nenhum, pois diz que “não tem futuro”. Já pensei em fazer Medicina também, pois adoro essa área, mas tenho medo da concorrência. Além disso, já pensei em fazer Oceanografia, Engenharia de Petróleo, Biomedicina, Biologia etc… Mas nunca me decido. Já fiz vários testes vocacionais e sempre me incluem na área da Economia, só que eu odeio Economia… E agora, o que eu faço? Uma carreira que dê dinheiro ou uma que me dê felicidade?Enviado por Melissa Tamara Mateus
De uma forma ou de outra, os pais sempre participam das escolhas de seus filhos, mesmo quando não opinam diretamente. Há jovens inclusive que se queixam de não receberem qualquer orientação de seus pais, pessoas em quem confiam e que sabem que procuram sempre ajudar. A questão é avaliar a forma desta influência; para isso, o melhor é sempre buscar o diálogo, a reflexão conjunta.
As escolhas que uma pessoa realiza envolvem diferentes fatores, como oportunidades concretas que se apresentam para sua realização e intensidade de esforços que ela quer e pode dedicar para o alcance de seus objetivos. De outra forma, a atração por determinada profissão é fundamental para o aumento da motivação, o que pode compensar remunerações não tão atraentes, bem como permitir que uma pessoa desponte nesta profissão e receba rendimentos maiores que a média de seus profissionais. No entanto o mercado de trabalho tem regras próprias, o que pode limitar as oportunidades mesmo ao profissional mais capacitado e motivado.
Nesse sentido a negociação entre variáveis como as apontadas em sua pergunta requer que você reflita sobre seus valores pessoais e os riscos que pode correr em seu projeto profissional. Note que toda escolha envolve riscos que devem ser encarados racionalmente e também com coragem e responsabilidade.
A escolha de uma profissão não deve se resumir à realização de um “teste”. Além de se fundamentarem numa visão estreita de ser humano, não exploram outros fatores como condição sócio-econômica, a dinâmica do trabalho em nossa sociedade, desafios que você queira se propor e dificuldades que deseja superar, aprofundamento das imagens profissionais com as quais você já teve contato entre outros fatores.
O processo de escolha profissional, como qualquer outra escolha envolvem sentimentos com os quais pode ser difícil de lidar. Uma escolha sempre envolve dúvidas e riscos. Portanto, é esperado que as pessoas se sintam inseguras quanto à direção a tomar. Para resolver estas dúvidas é necessário conhecer da forma mais ampla possível as possibilidades colocadas. Pensar sobre si (autoconhecimento), entender o contexto (econômico, social e político) onde a escolha se realiza e uma detalhada pesquisa sobre as profissões contribuem para maior esclarecimento. Tais reflexões devem vir acompanhadas de “um ato de coragem”, que significa assumir uma das possibilidades e batalhar muito para que dê certo.
Depois de refletir bastante e qualificar seus argumentos a negociação com seus pais ocorrerá de maneira mais tranquila.
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