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O que define um curso de pós-graduação de qualidade?

Veja algumas dicas importantes para você escolher um bom curso entre os milhares disponíveis no mercado

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h51 - Publicado em 27 jan 2014, 18h54

A oferta de cursos de pós-graduação no Brasil, principalmente das especializações e MBAs, nunca foi tão grande. E a expectativa para os próximos anos é de um crescimento ainda mais robusto. Existem milhares deles, em todas as áreas, que atendem a diferentes perfis e necessidades. No entanto, é preciso ficar atento na hora de se decidir por um curso de pós: a qualidade varia muito. Para não correr o risco de ser enganado, a recomendação é fazer uma pesquisa detalhada antes de se matricular em algum deles.

A qualidade de um curso pode ser avaliada por uma série de critérios. O primeiro é a regularização e o status do curso no Ministério da Educação (MEC). Essa regularização depende da modalidade do curso, se lato sensu ou stricto sensu. A estrutura e a infraestrutura da instituição de ensino, bem como sua reputação no mercado, são outros bons indicadores de qualidade. Um bom curso, daqueles que efetivamente vão enriquecer seus conhecimentos, tem credibilidade no mercado – e, portanto, soma pontos no currículo.

O que define um curso de pós-graduação de qualidade?

Avaliação dos stricto sensu

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) é a fundação do MEC responsável pelos programas de pós stricto sensu. Um mesmo programa pode incluir um curso de mestrado e outro de doutorado. A Capes acompanha os programas ano a ano e divulga, a cada três anos, uma avaliação consolidada. A avaliação considera a proposta, o corpo docente, o corpo discente, as teses e dissertações, a produção intelectual e a inserção social de cada programa. Os programas recebem conceitos numa escala de 1 a 7. Para ser recomendado (apresentar padrão mínimo de qualidade), um programa deve obter conceito 3. Para os programas que só oferecem mestrado, a pontuação máxima é 5. Conceitos acima de 5 só para programas que incluem cursos de mestrado e doutorado (ambos de altíssimo nível, é claro). A avaliação mais recente, até o fechamento desta edição, era a de 2010.

Controle para os lato sensu

O MEC não avalia sistematicamente os cursos de especialização, nos moldes da avaliação dos programas stricto sensu, mas estabelece algumas exigências para a oferta desses cursos. As especializações devem ter, no mínimo, 360 horas aula, 50% dos professores com título de mestre ou doutor e cobrar dos alunos um projeto final individual. Embora as instituições de ensino que oferecem esses cursos não precisem do credenciamento no MEC, a chancela do ministério é vista como um selo de qualidade.

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Em 2011, o governo federal deu um novo passo na tentativa de regular o setor ao limitar o credenciamento às Instituições de Ensino Superior (IES). Mas as instituições não educacionais que oferecem o curso (como fundações e empresas), que tenham algum renome na praça, não são afetadas, já que contam com o aval do mercado. No caso dos MBAs, você pode, também, considerar o credenciamento na Associação Nacional de MBA (Anamba). (Veja o item Certificações e rankings, na pág. ao lado).

Pesquisa própria

Independentemente do parecer do MEC, um bom curso tem características que podem ser verificadas em uma pesquisa feita por você mesmo. A seguir, alguns dos pontos mais importantes.

– Histórico

Na opinião de Lívio Amaral, diretor de avaliação da Capes, o ponto de partida ideal é verificar a tradição da escola. “Ninguém imagina que uma instituição bem consolidada vá oferecer um curso lato sensu de baixa qualidade, especialmente se a escola já oferece cursos de graduação e de pós stricto sensu bem avaliados pela Capes”, afirma. De modo geral, os cursos mais antigos costumam ter maior credibilidade no mercado. Mas os novos não devem ser descartados. Neste caso, informe-se sobre a grade curricular, verifique se é compatível com a formação prometida e se o corpo docente tem qualificação para dar o curso. Não é difícil dar uma busca na internet e localizar informações sobre o curso e os professores.

Outro conselho importante do diretor da Capes é conversar com o maior número de pessoas – especialistas da área, alunos e ex-alunos do curso que você pretende fazer. Busque informações sobre os professores, o aproveitamento das disciplinas, as turmas e a metodologia, além do ritmo e da rotina de estudos.

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– Corpo docente

Quanto mais mestres e doutores um curso tiver como professores, melhor. O mínimo exigido é que metade dos professores tenha título de mestre ou doutor. O restante precisa ter, pelo menos, uma especialização. Você pode solicitar na instituição a relação dos professores efetivos de cada disciplina com a respectiva titulação. Nos mestrados acadêmicos e doutorados, os professores precisam dedicar-se em tempo integral ao ensino e à pesquisa. Nos casos de MBA e do mestrado profissional, é imprescindível que eles tenham experiência no mercado. Você acessa o currículo dos professores em uma consulta à Plataforma Lattes, do CNPq, no site https://lattes.cnpq.br.

– Infraestrutura

As condições físicas ideais variam, dependendo da área do curso. Hospitais e clínicas são fundamentais para uma especialização em Saúde. Já nas áreas de Exatas, como Física e Química, laboratórios modernos e bem-equipados são imprescindíveis. No caso das Ciências Humanas e dos MBAs, por outro lado, conta pontos a favor da instituição ter uma biblioteca com acervo amplo, variado e atualizado, de preferência com periódicos internacionais e acesso a bancos de dados virtuais.

– Quem são seus colegas?

Uma turma com alunos de alto nível eleva a qualidade do curso. Quanto mais rigoroso for o processo de seleção, mais homogênea será a turma e mais exigidos serão os professores. Os MBAs de qualidade, por exemplo, costumam aceitar como alunos apenas quem tenha um mínimo de experiência profissional.

– Certificações e rankings

Existem selos de qualidade independentes e confiáveis para os MBAs. A Associação Nacional de MBA (Anamba) analisa critérios como carga horária, titulação e qualificação profissional do corpo docente e credencia o curso como “padrão Brasil” ou “padrão global”. Um curso padrão global segue os critérios internacionais de qualidade: tem 480 horas-aula, exige experiência profissional de, no mínimo, três anos e tem 75% dos professores atuando no mercado de trabalho. Já os MBAs padrão Brasil têm 360 horas-aula, não exigem do aluno experiência profissional prévia nem que os professores estejam em atividade no mercado. Alguns MBAs têm qualidade reconhecida internacionalmente. Entre as instituições acreditadas pela Association of MBAs (Amba) cinco são brasileiras. Qualidade internacional também é conferida por rankings, como o do jornal Financial Times. (Veja no quadro ao pé desta página as instituições consideradas como de maior qualidade, segundo as associações e o jornal britânico.) O MEC não monitora os cursos lato sensu – e, portanto, não avalia os MBAs. Mas, indiretamente, é possível ter uma ideia da qualidade da infraestrutura e da qualificação dos professores de uma escola, pelo Índice Geral de Cursos (IGC), que avalia a qualidade dos cursos de graduação e pós stricto sensu de cada instituição. Você consulta o IGC de uma instituição no site https://portal.inep.gov.br.

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– Localização

Não se trata, especificamente, de um critério de qualidade do curso, mas de adequação às suas necessidades e possibilidades. Se o curso não for a distância, considere a localização da escola como uma das variáveis a ser levada em consideração na hora da escolha. Sem precisar percorrer grandes distâncias, fica mais fácil conciliar trabalho e estudo e sobram horas para se dedicar ao curso. Você cumprirá a rotina com melhor aproveitamento.

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