Saiba como conciliar trabalho e pós-graduação
Entenda a importância da organização da rotina e do diálogo com o chefe para dar conta de todas as exigências
Fazer uma pós-graduação pode ser uma excelente maneira de alavancar a carreira profissional e ainda de receber um aumento no salário. Mesmo assim, há quem desista dessa ideia porque já trabalha e acredita não ser possível acompanhar as exigências da pós ao mesmo tempo em que mantém o emprego.
No entanto, José Vicente B. Cordeiro, diretor de pós-graduação da FAE Business School, esclarece que tudo pode ser resolvido com um pouco de planejamento – que deve englobar a escolha do tipo de pós que mais se encaixa às necessidades e à disponibilidade do aluno e também a organização da sua rotina.
Lato sensu x stricto sensu
Basicamente, existem dois tipos de pós: stricto sensu, que engloba mestrado e doutorado, e lato sensu, que envolve as especializações e MBAs. Apesar de ambas as modalidades demandarem bastante dedicação dos alunos, Cordeiro destaca que um mestrado ou doutorado exigirá certa flexibilidade de alguém que trabalhe de oito ou nove horas por dia.
"A demanda de pesquisa, trabalhos e leituras será bastante intensa ao longo da maior parte do curso", afirma. Isso porque os cursos stricto sensu exigem do aluno um maior aprofundamento no estudo, pois possuem uma vertente mais acadêmica, ligada à pesquisa.
Por outro lado, os cursos lato sensu têm uma vantagem em especial, segundo o diretor: "a possibilidade de aplicação imediata, além do fato de se poder realizar ao menos parte dos trabalhos com base nos problemas reais do dia a dia." Ou seja, esses cursos têm um aspecto mais prático, apesar de serem menos aprofundados se comparados à modalidade stricto sensu.
Diálogo com o chefe
Cordeiro ainda ressalta que, para quem trabalha e deseja fazer uma pós, o diálogo com o chefe é essencial. "O ideal é que o chefe tenha sido consultado e inclusive participado da escolha da pós do subordinado", conta.
Assim, possíveis conflitos podem ser evitados e muito provavelmente o aluno terá a possibilidade de fazer trabalhos da pós sobre situações ou processos da própria empresa. "Com isso, o chefe perceberá que está ganhando com a pós do funcionário, tornando-se mais flexível", afirma.
Organização
Com as tarefas do trabalho ocupando boa parte da rotina, é preciso se organizar bem para não deixar de lado as exigências da pós. Mas, além de reservar um tempo para os estudos, é preciso pensar também na saúde mental e física. Assim, dedicar um tempo equilibrado para atividades físicas, culturais e para os relacionamentos é fundamental.
No entanto, é preciso tomar cuidado com a procrastinação, ou seja, a ideia de que é melhor deixar o que pode ser feito agora para depois (e que geralmente acaba resultando em um trabalho mal feito). Por isso, Cordeiro ressalta: "programe para a frente apenas as atividades que não podem ser feitas no momento em que a demanda por elas aparece."
Apesar de não ser fácil levar duas responsabilidades tão grandes como o trabalho e a pós ao mesmo tempo, muitas vezes quem faz isso acaba se empenhando ainda mais. "Por incrível que pareça, a maioria dos melhores alunos da pós é formada por profissionais extremamente ocupados", conta o diretor.
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