Redação do Enem: 5 conclusões nota mil para te inspirar
Estes candidatos elaboraram propostas de intervenção que deixaram os corretores do Enem de queixo caído. A Maratona Enem te ensina a fazer uma
Não tem segredo! A Cartilha do Participante é bem direta ao explicar como deve ser a conclusão da redação do Enem. Avaliada na quinta competência, ela precisa apresentar “uma proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando-se os Direitos Humanos”. O Inep detalha ainda mais: “propor uma intervenção para o problema apresentado pelo tema significa sugerir uma iniciativa que busque enfrentá-lo”.
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Vejamos um exemplo para facilitar a compreensão. No Enem 2015, que teve como frase tema “A persistência da violência contra a mulher no Brasil”, o candidato precisava, no último parágrafo da sua redação, apresentar uma proposta para pôr fim à violência contra a mulher.
É claro que nada é tão fácil quanto parece, e o estudante deve apontar uma solução concreta, que dialogue com a argumentação que ele teve ao longo do texto. Além de bem detalhada, é claro.
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“Para construir uma proposta muito bem elaborada, você deve não apenas propor uma ação interventiva, mas também o ator social competente para a executar, de acordo com o âmbito da ação escolhida: individual, familiar, comunitário, social, político, governamental. Além disso, você deve determinar o meio de execução da ação e o seu efeito ou a sua finalidade, bem como incluir algum outro detalhamento”, especifica o Inep.
Em resumo, é preciso responder às seguintes questões na conclusão:
- O que é possível apresentar como solução para o problema?
- Quem deve executá-la?
- Como viabilizar essa solução?
- Qual efeito ela pode alcançar?
- Que outra informação pode ser acrescentada para detalhar a proposta?
Para provar que uma conclusão perfeita não é coisa de outro mundo e que você é capaz de escrever uma, reunimos abaixo alguns exemplos de candidatos que tiraram mil em edições anteriores. Confira e se inspire!
Conclusões perfeitas para a redação do Enem
Tema “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil” (Enem 2023)
Portanto, é inegável que o cuidado realizado pela mulher no Brasil enfrenta circunstâncias de invisibilidade, pressupondo intervenções coletivas para a sua reformulação. Com isso em mente, o Ministério das Mulheres – proeminente instância federal afirmadora dos direitos femininos – deve promover uma ação perene de combate ao imperativo patriarcal em toda jurisdição do país. Nessa proposta, serão suscitados projetos de visibilização ao esforço das mulheres, mediante um maior repasse de verbas às administrações municipais, as quais fornecerão ajuda financeira, como auxílios justificados pelo trabalho doméstico, e também psicológica, a partir de psicólogos profissionalizados na ampla atuação feminina, com a finalidade de estabelecer diretrizes cruciais para a valorização feminina, de modo a contornar o machismo totalmente operante. Somado a isso, o Ministério da Educação, por intermédio da reformulação da Base Nacional Comum Curricular, necessita abranger essa situacionalidade díspar em sala de aula, na disciplina de Sociologia, o que fundamentará, da mesma forma, discussões transgressoras ao patriarcado a fim de, com o tempo, reverter essa moeda instrutiva. Feito isso, os desafios do gênero encarados por Carolina serão, por certo, desvencilhados da realidade brasileira.
Nicolas Dominic Soares Brito
Tema “Desafios para a valorização de povos tradicionais no Brasil” (Enem 2022)
Portanto, são necessárias intervenções capazes de fomentar a valorização desses indivíduos na sociedade brasileira. Para tanto, cabe ao Ministério da Educação promover a mudança das concepções discriminatórias contra as comunidades tradicionais, por meio da realização de palestras periódicas nas escolas, ministradas por sociólogos e antropólogos, as quais conscientizem os sujeitos acerca da importância desses povos para o país, a fim de minimizar o preconceito nesse âmbito. Além disso, é dever do Ministério da Economia impor sanções às empresas que explorem os territórios habitados por essas comunidades, com o intuito de desestimular tais ações. A partir dessas medidas, a desvalorização das populações tradicionais poderá ser superada no Brasil.
Nicole Carvalho Almeida
É imprescindível, portanto, que Estado, aliado à esfera municipal e estadual de poder, proteja, efetivamente, as comunidades tradicionais do Brasil, por intermédio de políticas públicas voltadas para o reconhecimento oficial de povos ancestrais negligenciados, como extrativistas e pescadores, bem como para a promoção de direitos às diversas organizações culturais — com a demarcação de terras indígenas e quilombolas e a visita periódica de agentes do governo que documentem as necessidades de cada grupo —, a fim de proporcionar o exercício de dignidade para esses indivíduos. Urge, também, que a escola possibilite o conhecimento sobre essas populações, mediante palestras e aulas extracurriculares — com profissionais da área de história e de antropologia, que demonstrem a importância dessas comunidades —, com o intuito de incentivar a criticidade dos estudantes sobre a valorização de povos tradicionais.
Ana Carolina Angelim Damasceno
Tema “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil” (Enem 2021)
Portanto, ao entender que a falta de cidadania gerada pela invisibilidade do não registro está diretamente ligada à exclusão social, é tempo de combater esse grave problema. Assim, cabe ao Poder Executivo Federal, mais especificamente o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, ampliar o acesso aos cartórios de registro civil. Tal ação deverá ocorrer por meio da implantação de um Projeto Nacional de Incentivo à Identidade Civil, o qual irá articular, junto aos gestores dos municípios brasileiros, campanhas, divulgadas pela mídia socialmente engajada, que expliquem sobre a importância do registro oficial para garantia da cidadania, além de instruções para realizar o processo, a fim de mitigar as desigualdades geradas pela falta dessa documentação. Afinal, assim como os meninos em “Vidas secas”, toda a população merece ter a garantia e o reconhecimento do seu nome e identidade.
Fernanda Quaresma
É evidente, portanto, a necessidade de medidas que solucionem os desafios impostos à garantia de acesso à cidadania no Brasil. Por isso, o Ministério Público – órgão responsável pela defesa dos interesses sociais – deve, por meio de fiscalização da aplicação dos poderes estatais, pressionar o Estado no que se refere ao aporte de infraestrutura ao setor que oferta o registro civil, a fim de que a retirada desse documento seja ampliada para as diversas regiões do país. Ademais, as instituições escolares públicas e privadas devem, por intermédio de palestras, instruir os alunos acerca da importância da documentação pessoal, com o objetivo de minimizar a inviabilização desse tema e, com isso, estimular atitudes combativas à conjuntura de indivíduos sem registro. Assim, o ideal do geógrafo Milton Santos será, de fato, uma realidade no país.
Iasmin Schausse Ferreira
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