Em nota divulgada hoje, o Ministério da Educação (MEC) anunciou que bloqueou 30% da verba de três universidades federais: A Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade Federal Fluminense (UFF). No comunicado, a pasta declarou que as universidades não serão informadas individualmente, e que devem checar em um sistema online chamado Siaf qual foi o impacto desses 30% no seu orçamento. Oficialmente, o Ministério da Educação não esclareceu quais os parâmetros para os cortes. Entretanto, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o ministro Abraham Weintraub afirmou que a redução da verba seria direcionada às universidades que não estivessem apresentando resultados acadêmicos satisfatórios e que, além disso, promovessem “balbúrdia” nos campi. Para exemplificar o termo, ele mencionou vagamente que algumas universidades abrigam sem-terras ou que teria “gente pelada” dentro do campus. A UnB é a única universidade a se manifestar até o momento, e rebateu a crítica de que não estaria “fazendo a lição de casa”, como o ministro sugeriu. A universidade informou que mantém a nota máxima, cinco, no Índice Geral dos Cursos (IGC), avaliação do MEC. No ranking anual publicado pela Times Higher Education (um dos mais renomados rankings mundiais), tanto a Unb quanto a UFBA subiram de posição de 2017 para 2018. A UnB foi de 19º para o 16º lugar e a Federal da Bahia do 71º para o 30º. A UFF manteve sua posição em 45º. Quem será afetado pelos cortes?O corte promovido pelo MEC deve impactar as chamadas “despesas discricionárias” dessas universidades. Entre elas, estão inclusos gastos como água, luz, materiais de limpeza e também os auxílios estudantis. O quadro de funcionários, teoricamente, não seria afetado por se enquadrar como “despesa obrigatória”. Na nota, o MEC informa que o Programa de Assistência Estudantil não sofrerá com os cortes, embora se encaixem no primeiro caso.