“Quando terminei o terceiro ano do Ensino Médio, não passei direto em nenhuma universidade, então decidi fazer cursinho. Fiz dois anos. No primeiro, consegui passar na Unicamp, mas não na USP, que era o meu objetivo. Fiquei na dúvida se me matriculava ou se tentava mais uma vez, até que finalmente decidi que fazer mais um ano de cursinho não seria problema se era para eu conquistar o que queria.
Ia para as aulas de manhã, almoçava e estudava em casa das 3 horas da tarde até as 8 ou 9 horas da noite. Depois, assistia à TV ou ia fazer alguma outra coisa para me distrair. No primeiro ano de cursinho, saía bem menos e ficava o tempo todo estudando. Mas percebi que [abrir mão da vida social] não adianta, pois você só fica mais nervosa e não dá resultado. Então, no ano passado resolvi que sairia nos fins de semana para ver meus amigos. Tinha aula todo sábado de manhã, à tarde fazia as tarefas e estudava mais um pouco e depois saía. Não estudava aos domingos. No meu segundo ano de cursinho, também comecei a namorar alguém da minha sala. Nós nos víamos todos os dias, mas deixávamos para sair apenas nos fins de semana.
Natalia Alves Calejuri, 25 anos, São Paulo
1º lugar no curso de Psicologia da USP e UFSCar
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“Tenho 25 anos e sou formada em História. Fiz cursinho enquanto terminava a faculdade e fazia iniciação cientifica. Foi corrido e tive que me empenhar em relembrar (ou, em alguns casos, aprender de novo, mesmo) conteúdos que não via há muito tempo, além de reaprender o modelo de redação cobrado no vestibular, que é muito diferente do que eu fiquei acostumada na universidade.
Assistia às aulas no cursinho de manhã e ia para a faculdade à tarde uma vez por semana (só faltava uma matéria para terminar o curso). Dividia o tempo de estudo entre a iniciação científica e as matérias do cursinho. Não tinha um roteiro de estudos – o que eu estudava dependia do meu pique. Quando estava com mais energia, estudava principalmente exatas.
No começo do ano, não estava segura se queria fazer Psicologia ou Medicina (e, aí, seguiria a área de psiquiatria). Mas eu teria me inscrito no cursinho de qualquer forma porque sem ele não passaria na segunda fase, quando teria provas de biológicas e exatas.
Para passar no vestibular, é preciso, em primeiro lugar, muita disciplina. Não se pode ficar com preguiça – se deixar as coisas para depois, a gente nunca estuda. Também é necessário descobrir seus pontos fracos e fortes e estudar mais aquilo que você tem mais dificuldade. Fazer provas anteriores é importante, desde que você corrija depois para ver o que está errando e o que acertou ‘chutando’. No treino, ‘chutar’ as respostas só serve para a gente se enganar.
Por fim, eu fazia uma redação por semana com base em temas já cobrados em vestibulares passados, especialmente os da Fuvest, que são mais filosóficos. E sempre via as a redações que eles divulgam como as melhores, avaliava o meu vocabulário e pedia para um professor corrigir meus textos.
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“Procurava não ficar muito presa aos livros da escola: acho importante sempre buscar outras fontes”
Viviane Mayumi Bogo Matsumoto, 17 anos, Birigui-SP
Engenharia Química na UFSCar (universidade escolhida) e USP; Engenharia Elétrica na Universidade Estadual Paulista (UNESP); Medicina na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) pelo ProUni, com bolsa integral na categoria ampla concorrência.
“Não fiz cursinho, era bolsista integral no Ensino Médio. A maioria das pessoas estipula um horário fixo para estudar, mas eu não fazia isso. Minhas aulas eram de manhã e eu tinha hora para começar a estudar em casa à tarde, mas ficava até a hora em que achava ter estudado o suficiente pra revisar tudo o que havia visto na aula daquele dia. Geralmente, começava a estudar em casa às 13h30 e ficava até umas 16h ou 17h. Quando tinha prova na escola, ficava até as 19h e pouco.
Aos finais de semana, aproveitava para treinar redação e às vezes saía com os amigos. Nas férias, revisei as matérias em que tinha mais dificuldade e fazia uma redação por dia.
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Procurava não ficar muito presa aos livros da escola: também lia muito jornal e assistia ao noticiário na TV, vídeos na internet e lia outros livros sobre temas relacionados. É importante sempre buscar outras fontes, não porque o seu material seja incompleto, mas porque é bom ver as coisas por outros ângulos.
Quanto às obras literárias cobradas no vestibular, eu li todas no segundo ano do colégio, porque sabia que o terceiro ano seria corrido.”