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Brasileira conta como é fazer intercâmbio na Rússia

Saiba como é a experiência estudar no país sede da Copa do Mundo de 2018

Por Priscila Bellini, do Estudar Fora
Atualizado em 4 jul 2018, 12h47 - Publicado em 4 jul 2018, 12h45
 (yulenochekk/iStock)
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Os holofotes estão voltados ao país, graças à Copa do Mundo de 2018. Mais do que isso, muito brasileiros embarcaram para lá, para assistir às partidas do mundial. Em matéria de estudos no exterior, entretanto, o destino não costuma ser cobiçado. Afinal, nem todo mundo sabe o que esperar da possibilidade de estudar na Rússia.

Alguns fatores contribuem para o estranhamento e para o número escasso de estudantes brasileiros por lá. A barreira idiomática, por exemplo, pode parecer difícil de transpor.

O clima, conhecido pelos invernos rigorosos, também. Por outro lado, há universidades russas tradicionais que recebem alunos estrangeiros há anos, em intercâmbios acadêmicos. E, ainda, opções de intercâmbio social e estágios em organizações locais.

A mineira Anamaíra Spaggiari, atual diretora da Fundação Estudar, embarcou para o gigante europeu quando ainda cursava a graduação. À época, era sua primeira viagem internacional, e ela chegou a considerar também programas na Polônia. “Optei pela Rússia porque queria viver uma experiência cultural bem diferente do que tinha vivido até então e, ao mesmo tempo, integrar um time internacional em um projeto que me interessasse”.

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Como presidente da AIESEC em Juiz de Fora, ela teve a oportunidade de participar de um programa educacional voltado aos BRICS, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “Eu e outros oito intercambistas fazíamos apresentações e discussões sobre cultura, economia e política dos quatro países”, conta Anamaíra.

Como é fazer intercâmbio na Rússia

Anamaíra destaca que os jovens russos acolheram bem os estudantes brasileiros. Ela ficou em Izhevsk, a 18 horas de trem da capital Moscou, e longe dos destinos turísticos. “Então, nós intercambistas éramos uma grande novidade para a cidade”. Mesmo em uma região onde poucos falavam inglês, conseguiu se adaptar.

O jeito foi contornar algumas das dificuldades mais conhecidas em estudar na Rússia. A língua local, tão diferente do português e do inglês até no alfabeto, soa como desafio. “Uma vez que aprendi a identificar e pronunciar as letras, consegui pedir comida, por exemplo”, diz a brasileira. “Também pesquisava no Google, para entender o que cada coisa significava”.

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O inverno russo também merece atenção especial, dado o rigor das temperaturas. No caso de Anamaíra, que chegou no último mês de inverno, os termômetros apontavam 26 graus negativos. Mesmo com quatro camadas de roupa, não era suficiente. “Como era minha primeira viagem internacional, não tinha roupas adequadas para temperaturas tão baixas”.

Ela destaca, entretanto, que fazer parte de uma comunidade pequena de alunos estrangeiros pode se reverter em ponto positivo. Com a mente aberta para uma cultura diferente e costumes diversos, estudar na Rússia rende boas experiências.

Uma delas está relacionada às tradições locais: a Maslenitsa, espécie de “Carnaval russo”. Nesse caso, trata-se da festa que celebra o início da primavera, marcada por comidas típicas. “Fomos a uma fazenda e, lá, havia dois bonecos feitos de pano, bem grandes, similares aos nossos bonecos de Olinda”, conta a mineira. “Um representava o inverno e outro, a primavera. E o auge da festa era queimar o boneco, que representava o inverno, para dar boas-vindas à nova estação”.

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Há bolsas para estudar na Rússia? Como fazer intercâmbio?

Um dos caminhos para passar um período na Rússia é o escolhido por Anamaíra. Organizações como a AIESEC levam estudantes brasileiros tanto para organizações sociais quanto para empresas em países diversos – incluindo, aí, a Rússia. Por outro lado, há oportunidades de intercâmbio em universidades russas.

Conheça algumas das bolsas de estudo para estudar na Rússia

1. Bolsas para engenharia e economia

Os estudantes de último ano de graduação, ou de programas de pós (incluindo mestrado e doutorado), podem se candidatar a bolsas BP. Fazem parte da lista de cursos elegíveis os de engenharia de petróleo e gás, macroeconomia e estatística. Os selecionados devem estudar em uma das instituições parceiras, que incluem a Universidade de Tomsk e de Novosibirsk.

Para se candidatar, é necessário submeter um formulário padrão e se sair bem na etapa de entrevistas.

2. Bolsas do governo russo

Concedidas pelo governo, as bolsas contemplam o valor da anuidade e auxílio mensal de 1300 rublos russos. A seleção para o apoio financeiro acontece em duas etapas distintas. Primeiro, é necessário fazer a etapa local, enviando a candidatura à embaixada russa mais próxima. Os candidatos são, então, analisados para receber uma das 15 mil bolsas ofertadas pelo governo.

Ficam a cargo do estudante, entretanto, despesas com seguro-saúde, manutenção no país e passagens aéreas.

3. Bolsas da Aliança Russa

A organização representa as instituições de ensino russas no Brasil e oferece bolsas de estudo variadas. Por exemplo, é possível conseguir apoio financeiro para o curso de medicina nas universidades da Rússia. O valor concedido, entretanto, não cobre todos os gastos do estudante, apenas anuidade e hospedagem.

Este artigo foi originalmente publicado por Estudar Fora, portal da Fundação Estudar.

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