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Conheça os principais processos seletivos para o ensino superior

As universidades vêm modernizando seus processos de seleção, o que significa mais opções na hora de escolher qual prestar; veja os mais utilizados

Por Carolina Vellei
Atualizado em 16 fev 2018, 17h51 - Publicado em 16 fev 2018, 08h44
Conheça os principais processos seletivos para o ensino superior
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Os processos seletivos passaram por grandes transformações ao longo dos anos. Até o começo do século 20, apenas estudantes de colégios tradicionais no Brasil podiam entrar no ensino superior. Hoje, com vestibulares cada vez mais democráticos, um número maior de pessoas consegue dar continuidade aos estudos após o ensino médio. Dados divulgados no final de 2015 pelo IBGE mostraram que a matrícula na educação superior superou 7,8 milhões de alunos. O aumento na demanda por vagas fez com que as universidades também modernizassem seus processos de seleção. A boa notícia é que isso significa mais opções na hora de escolher qual vestibular fazer.

Este post é parte da programação especial de fevereiro no Guia, que vai trazer dicas de organização de vida e de estudos para começar o ano letivo da melhor forma. Acompanhe todas as publicações da série aqui

Por onde começar

Conhecer os tipos de vestibulares é importante. No entanto, é recomendável que você já tenha uma ideia de qual curso em quais universidades gostaria de estudar antes de pensar em processos seletivos. Alessandra Venturi, coordenadora do Cursinho da Poli, acredita que essa ordem de pensamentos facilita a organização do candidato. “Quando você prioriza a escolha do curso e da universidade, o tipo de vestibular é apenas uma consequência. Por exemplo, não dá para querer estudar Música na Unesp e escolher o tipo de prova, porque existe uma exigência da própria instituição”, explica.

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Durante a pesquisa pelo curso ideal, será possível identificar qual é o método de seleção que a universidade usa e, com isso, fazer uma preparação mais direcionada para aquele tipo de vestibular.

Veja abaixo as principais formas de seleção que as instituições de ensino superior costumam utilizar:

Vestibular tradicional

Nesse tipo de processo seletivo, as instituições divulgam um edital com as normas e os conteúdos do vestibular meses antes da prova. O estudante deve se inscrever pagando uma taxa e a prova é realizada em uma ou mais fases, dependo do curso e das exigências da universidade. No caso do vestibular da Universidade de São Paulo (USP), um dos mais antigos do Brasil, as provas são aplicadas em duas fases. A primeira, realizada sempre em um domingo, é constituída de 90 questões de múltipla escolha. Já a segunda fase, com três dias de exames, tem provas dissertativas para os candidatos aprovados na primeira etapa.

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Vestibular com provas de habilidades específicas

Além das provas do vestibular tradicional, para determinados cursos é preciso fazer ainda uma avaliação de habilidades específicas. Cursos como Arquitetura e Urbanismo, Artes Cênicas, Artes Plásticas, Desenho Industrial e Música geralmente exigem esse tipo de prova. O objetivo do exame é avaliar se o candidato possui aptidão necessária para seguir na área. Na Universidade de Brasília (UnB) esse exame é aplicado duas vezes ao ano. “As provas de habilidades específicas têm, hoje, caráter de certificação. Constituem requisito obrigatório para ingresso em alguns cursos e as competências variam muito de acordo com a área pretendida”, conta Mauro Luiz Rabelo, Decano de Ensino de Graduação da UnB. As capacidades que são cobradas pelas bancas são publicadas com antecedência em editais para facilitar a preparação do estudante.

Vestibular seriado ou continuado

Adotado por algumas universidades, o vestibular seriado é uma forma de avaliação dividida em etapas anuais, aplicadas durante os três anos do ensino médio e não apenas no último ano, como é feito no vestibular tradicional. Mauro Luiz Rabelo foi um dos responsáveis pela criação do Programa de Avaliação Seriada (PAS) da UnB, lançado em 1995. “Por se tratar de uma avaliação processual, o PAS acaba constituindo-se em uma avaliação mais justa para os estudantes, pois supera o caráter episódico inerente ao vestibular tradicional”, argumenta o professor. Uma outra vantagem desse tipo de seleção é a possibilidade que o candidato tem de melhorar seu próprio desempenho ao longo dos exames. “O estudante começa a entender desde cedo que a dedicação aos estudos já no primeiro ano do ensino médio, e não às vésperas de um exame, é um bom caminho para o ingresso em uma instituição de qualidade, como a UnB”, conclui.

Vestibular agendado e prova eletrônica

O vestibular agendado é uma forma de ingresso adotada pela maioria das instituições privadas. O objetivo é facilitar o acesso do aluno à faculdade, já que as datas e horários para a realização do vestibular são mais flexíveis. É possível agendar a prova por telefone ou pelo site das faculdades. Além da prova agendada feita em papel, muitas instituições também oferecem a prova eletrônica, feita em computadores nos campi das próprias instituições. A vantagem dessa modalidade é que o resultado pode ser conferido na hora ou em poucos dias após a realização do exame.

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Enem

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é usado como porta de entrada tanto para universidades públicas (federais e estaduais) como para muitas instituições privadas também. Por meio de um único exame e de uma única taxa de inscrição, o estudante pode concorrer a mais de 220 mil vagas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e estudar em qualquer estado do Brasil. Além disso, o exame também dá a chance de concorrer a bolsas integrais e parciais em instituições particulares pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) e a possibilidade de ingressar em um curso pagando os estudos apenas depois de formado com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

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Para quem ainda está em dúvida sobre qual profissão seguir, uma coisa é certa: não dá para ficar fora do Enem. “O exame oferece muitas oportunidades de ingresso no ensino superior, é sempre uma porta aberta para o estudante. E ele tem a opção lá na frente de escolher o seu curso, diferente de vestibulares como a Fuvest, por exemplo, que já requer ter a opção de curso clara no momento da inscrição”, explica a coordenadora Alessandra.

O Sisu é um sistema de seleção eletrônico para universidades públicas, que tem como critério o desempenho no Enem. Para concorrer às vagas em 2017 é preciso ter feito a prova em 2016 e não ter obtido nota zero na redação. Até 2016, o Sisu oferecia vagas para entrada no primeiro semestre do ano e depois uma outra edição, com vagas para o segundo semestre. A partir deste ano, o MEC prepara, além dessas etapas, uma terceira edição, para preencher vagas remanescentes. Uma das principais vantagens do processo seletivo é a possibilidade de concorrer a vagas em faculdades distantes sem precisar sair de casa e fazendo apenas uma prova. A participação no sistema é gratuita. Algumas instituições adotam notas mínimas para inscrição em determinados cursos. Nesse caso, no momento da inscrição, se a nota do candidato não for suficiente para concorrer àquele curso, o sistema emite mensagem com esta informação e é possível trocar de opção.

“Antes o aluno que quisesse estudar em outro estado precisava se organizar, saber o dia da prova, gastar com passagem, hospedagem, todo um desgaste que hoje ele não tem. O foco é apenas nos estudos até ser aprovado. O Sisu democratizou o acesso às universidades federais porque o aluno só precisa pagar uma taxa de inscrição, a do Enem, e concorrer em diversas faculdades. Depois de passar, quem não tem condições de se manter fora pode tentar uma bolsa de permanência da faculdade e ir atrás de outros benefícios bem mais tranquilo”, esclarece Alessandra.

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O sistema de seleção do ProUni é bem parecido com o do Sisu, mas em vez de concorrer a vagas em universidades públicas, o estudante concorre a bolsas para estudar em instituições privadas. É preciso fazer o Enem do ano anterior para se candidatar às bolsas integrais e parciais, além de tirar nota mínima de 450 pontos no exame e nota acima de zero na redação. Só pode participar quem ainda não tem diploma em curso superior.

Para concorrer às bolsas integrais o candidato deve ter renda bruta familiar de até um salário mínimo e meio por pessoa. Já para as bolsas parciais (50%), a renda familiar bruta mensal deve ser de até três salários mínimos por pessoa. Além disso, o candidato deve atender a pelo menos um dos pré-requisitos abaixo:

– Ter cursado o ensino médio completo em escola da rede pública;

– Ter cursado o ensino médio completo em escola da rede privada, na condição de bolsista integral da própria escola;

– Ter cursado o ensino médio parcialmente em escola da rede pública e parcialmente em escola da rede privada, na condição de bolsista integral da própria escola privada;

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– Ser pessoa com deficiência;

– Ser professor da rede pública de ensino, exercendo magistério da educação básica, e integrante do quadro de pessoal permanente da instituição pública para concorrer a bolsas exclusivamente nos cursos de licenciatura. Nesses casos não há requisitos de renda.

Com uma oferta de cursos mais limitada do que a do Sisu e ProUni, o Fies é outra forma de entrar em uma faculdade usando a nota do Enem. É necessário ter média de 450 pontos nas provas e não pode ter zerado a redação, além de ter renda familiar mensal por pessoa de até 2,5 salários mínimos. O Fies oferece financiamento de até 100% do valor do curso para estudantes que não tenham condições de pagá-lo durante a graduação. Alessandra Venturi alerta, no entanto, que a escolha por esse tipo de seleção deve ser feita tomando alguns cuidados prévios. “Não são todos os cursos que estão disponíveis no Fies, o estudante precisa pesquisar junto à instituição pretendida se há oferta para a área que ele quer. É preciso conhecer bem as condições para conseguir o financiamento e também saber se será capaz de pagar o empréstimo depois de formado”, orienta. Os juros do Fies são menores do que os praticados por outros bancos, mas mesmo assim é necessário se planejar antes de assumir a dívida.

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Além de dar acesso ao Sisu, ao ProUni e ao Fies, a nota do Enem também é usada como critério de seleção ou complemento do vestibular por muitas instituições públicas e privadas. Veja aqui como 1.434 instituições utilizam a nota e confira abaixo alguns usos:

Primeira fase do vestibular: o estudante usa a nota do Enem como primeira etapa e depois faz provas complementares em uma segunda fase ou provas de habilidades específicas (para cursos na área de Artes e Arquitetura, por exemplo)

Fase única: basta apresentar o boletim de desempenho e a própria universidade faz a seleção.

Parte da nota final: o resultado do Enem é somado à nota obtida pelo candidato no vestibular tradicional.

Bonificação: acrescenta alguns pontos no desempenho do estudante no vestibular tradicional, com base em critérios próprios das universidades.

Nesses tipos de processos seletivos, o estudante deve fazer uma leitura atenta dos editais de seleção das universidades porque os critérios de avaliação variam conforme as exigências das instituições. Algumas aceitam provas do Enem de anos anteriores, outras apenas do ano vigente. Fique atento!

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Mundo do Trabalho, Universidades
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