Nesta terça-feira (11), o Conselho Federal de Medicina (CFM) reuniu-se com os conselhos regionais de Medicina das 27 unidades federativas do Brasil para discutir o panorama do ensino superior da área no país. A reunião se deu após a divulgação dos resultados do exame aplicado a concluintes, realizado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). Mais da metade dos formados foram reprovados.
– Exame do Cremesp reprova mais da metade dos formados em Medicina
– Polícia Federal inicia operação contra quadrilha que fraudava vestibulares de Medicina
– Veja os 5 melhores cursos de Medicina do Brasil
Para o presidente do CFM, Roberto d’Ávila, a avaliação da qualidade do ensino deve ser contínua e não apenas ao final do curso, como ocorre atualmente. Além disso, o d’Ávila também ressaltou a importância de a avaliação também cobrar áreas práticas, com provas de habilidades e não apenas a teoria, com questões de múltipla escolha.
Outro ponto ressaltado pelo presidente durante a reunião fo a necessidade de a avaliação também envolver as instituições de ensino. Dados levantados pelo CFM mostram que o número de escolas de Medicina deu um salto significativo a partir da década de 90. Ao todo, o país conta com 197 escolas médicas, sendo que destas 114 (58%) são privadas. Em números absolutos, o país só perde para a Índia em quantidade de escolas.
"Esperamos rigor e seriedade na formação do médico brasileiro, eliminando as distorções no ensino que prejudicam toda a sociedade. Somente, assim o país poderá contar com uma assistência de qualidade tanto na rede pública, quanto privada”, afirmou o presidente, sobre a importância de acompanhar a graduação de Medicina.
Reprovação
Em novembro, cerca de 3 mil formandos de Medicina fizeram o exame do Cremesp. A prova, que está em sua oitava edição, passou a ser obrigatória para a concessão do registro profissional no Estado a partir deste ano. No entanto, mais da metade dos recém-formados foram reprovados no exame. Do total de participantes, 54,5% acertaram menos de 60% da prova, ou seja, menos de 71 das 120 questões.
“Esse exame é o retrato da realidade. É uma inferência de que alguma coisa vai mal”, destacou o presidente do CFM. “Defendemos um teste de progresso e uma avaliação da escola, como pré-requisito para exercer a profissão”, concluiu.
*Com informações da Agência Brasil
LEIA MAIS
– Notícias de vestibular e Enem