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“Doei sangue no trote. E gostei” – PARTE 2

Segunda parte da série GUIA no Trote mostra os detalhes, do ponto de vista do calouro, de um trote solidário

Por por GUILHERME DEARO, de São Bernardo do Campo (SP)
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h53 - Publicado em 18 fev 2011, 14h20

“Doei sangue no trote. E gostei” – PARTE 2

Prestes a doar sangue e concretizar a particiação no trote
Foto: Marina Piedade

Todos os doadores seguem logo depois por uma entrevista. A ideia é verificar se a pessoa, por algum motivo, não pode doar. Por exemplo, é preciso ter entre 18 e 65 anos e pesar mais do que 50 kg.

Na entrevista eles também verificam histórico de doenças (não pode doar se estiver doente, com alguma infecção ou se acabou de se recuperar de alguma moléstia, se nos últimos meses foi infectado com hepatite, sífilis, Doença de Chagas, entre outras), e histórico sexual (eles consideram grupos de risco para doar se você for homem e manteve relações homossexuais ou se, para ambos os sexos, teve muitos parceiros no último ano). Além disso, ser usuário de drogas e/ou portador do vírus da aids são fatores excludentes. Em todos os casos, minhas respostas foram “não” e fui avaliado como apto a doar.

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Estudantes da Metodista participam da campanha

“Doei sangue no trote. E gostei” – PARTE 2

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Agulha na veia e sangue na bolsa

Fotos: Marina Piedade

Marcelo de Carvalho Braga, responsável técnico do Hemocentro de São Bernardo do Campo, conta que é preciso combater tabus como “doar sangue vicia” e “quem doa é obrigado a fazê-lo sempre”, dentre outros.

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“É importante doar sangue porque é o único ‘medicamento’ que não é fabricado. Ele é um tecido com várias funções: transporta oxigênio, nutrientes, auxilia na coagulação. É essencial para tratar pacientes com deficiências nessas funções”, explica.

Pergunto se o ato de doar implica riscos. “Como todo ato médico, há riscos”, diz. “Mas eles são muito baixos. Pode haver uma queda de pressão e, na região da punção da agulha, pode haver algum hematoma, ficar um roxo no local. Mas nada de grave”.

E a questão da bebida alcoólica? Afinal, muitos universitários consomem álcool ao menos uma vez por semana, e a vida de faculdade é recheda de happy hours, cervejadas e baladas. “É importante não consumir bebida até 12 horas antes de doar sangue, para que não interfira nos testes após a doação e para que o sangue doado não contenha álcool”, afirma o médico.

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Após alguns momentos de espera, chega a minha vez de doar. O procedimento é simples e nada demorado. Numa cadeira levemente inclinada, o enfermeiro acha uma veia adequada na região do braço e faz a punção.

Dói um pouco, pois a agulha é bem grossa. Em cinco minutos, encho a bolsa de 450ml com meu sangue e logo estou de pé, sem sentir nada de anormal. Todos comem um lanche.

Carolina, uma veterana da faculdade, considera a ação muito positiva, pois explicita a importância de se doar sangue. “Os alunos se mobilizam para doar, não para praticar abusos e autoritarismos para com os ‘bixos'”, diz.

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De fato, valeu a pena dispensar aquele happy hour do dia anterior para poder estar ali doando sangue.

LEIA MAIS:

– Veja como é o trote ao redor do mundo

– Primeiro trote registrado no Brasil terminou em morte

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