Aplicada neste domingo (16), a prova com dez questões dissertativas de português da segunda fase da Fuvest 2022 exigiu diversas habilidades dos estudantes, sobretudo a capacidade de leitura em níveis diferentes de dificuldade.
Na avaliação do professor Sérgio Paganim, coordenador do pedagógico do Curso Anglo, as questões abordaram temas relevantes da atualidade, como preservação ambiental, importância do acolhimento, fanatismo, ética nacional e cultura indígena.
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O uso de diferentes gêneros textuais nas questões de gramática e literatura foi um aspecto de destaque para Paganim. “Todas tiveram uma preocupação em valorizar um aluno que faz uma leitura global e eficiente dos textos. E para avaliar essa competência leitora, a banca explorou três grandes aspectos”, comenta. Ele explica que o primeiro elemento se refere aos recursos gramaticais, como tempos verbais (questão 5); adjunto adverbial e sua contribuição para o sentido do texto (questão 1) e o uso da oração reduzida na letra de Chico Buarque (questão 3).
O segundo tópico que a prova explora, de acordo com Paganim, são as figuras de linguagem sobre as diferentes visões do Rio de Janeiro, em que a metáfora é importante para explicar um desses pontos de vista. Isso está presente também na ironia presente no poema de Carlos Drummond de Andrade ou mesmo no sentido de expressões como “mais assustador”, na questão sobre publicidade.
Uma das exigências da prova foi o domínio do enredo das obras de leitura obrigatórias. Foram cobrados livros Alguma Poesia, de Carlos Drummond de Andrade; Angústia, de Graciliano Ramos e Campo Geral, de Guimarães Rosa. Porém, ficou de fora Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles.
Em geral, sobre o nível de dificuldade, o coordenador do Anglo comenta que a prova estava equilibrada na parte de gramática e texto, e mais exigente em literatura. “Talvez por isso mesmo ela cumpra bem o papel de selecionar candidatos mais bem preparados porque leem bem e sabem refletir sobre os mecanismos que produzem sentidos nos textos de gêneros variados. Sejam literários ou não”, diz.
Apesar de não abordar questões relacionadas à covid-19, a prova manteve o caráter atual e instigante, na avaliação de Milton Costa, professor de gramática da Oficina do Estudante. Ele comenta que, em termos de dificuldade, o exame foi equivalente ao do ano anterior. “Questões de nível médio a fácil, numa prova trabalhosa”, comenta.
Porém, o coordenador do Poliedro Curso, Pedro Oscar Lorencini, discorda do grau de dificuldade das questões. Para ele, a prova deste ano estava mais complexa. “Houve uma predominância de interpretação de texto e voltaram a aparecer itens de gramática pura, que exigiam do aluno também conhecimento teórico e não só a interpretação”, esclarece.
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