MEC pode anular questões do Enem 2011 para mais estudantes
Decisão, que atingirá mais alunos do Colégio Christus, depende do resultado da investigação da Polícia Federal
O Ministério da Educação (MEC) poderá anular questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011 para mais alunos do Colégio Christus, de Fortaleza. No começo de novembro, 14 questões da prova foram anuladas para 639 estudantes do 3º ano do Ensino Médio do colégio, após a constatação de que eles tiveram acesso as perguntas antes da realização da prova. Desta vez, os estudantes prejudicados são do cursinho da escola.
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A punição aos estudantes poderá ser feita caso a investigação da Polícia Federal conclua que os estudantes do curso pré-vestibular também tiveram acesso às questões. De acordo com trechos do inquérito da PF, dois estudantes do cursinho confirmaram o recebimento das mesmas apostilas distribuídas aos alunos do curso regular do colégio.
O inquérito da PF também mostrou que os fiscais do pré-teste aplicado na escola – momento em que provavelmente as questões do Enem foram roubadas -, em outubro de 2010, não apenas foram contratados pelo próprio Colégio Christus, como mantinham laços com a instituição: era ex-alunos ou estudavam na Faculdade Christus.
Frente a esses fatos, na segunda-feira (19), o procurador Oscar Costa Filho pediu à Justiça Federal que dê 72 horas ao MEC para informar quais procedimentos estão sendo tomados em relação à investigação da PF e para identificar os alunos que tiveram acesso às questões antecipadas.
Relembre o caso
No final de outubro, o procurador da República no Ceará, Oscar Costa Filho, fez um pedido de cancelamento do Enem 2011 ou das 14 questões da prova antecipadas pelo colégio de Fortaleza, para a Justiça Federal do Ceará. Após o pedido, a Justiça deu um prazo de 72 horas para que o Inep se pronunciasse sobre o caso.
O pedido de anulação da prova foi feito após o Ministério da Educação (MEC) decidir cancelar a prova do Enem dos 639 alunos do Colégio Christus, por reconhecer que o material de estudo usado pelos estudantes, feito pela escola duas semanas antes do exame, tinha questões idênticas às da prova, aplicada em 22 e 23 de outubro.
Segundo o MEC, todo o procedimento de aplicação do Enem 2011 foi revisado e não foi encontrada nenhuma ocorrência de vazamento na sua aplicação. Costa Filho defende a anulação do exame porque acredita que, sem investigação, ainda não é impossível antecipar que o colégio foi o único responsável pelo vazamento.
No começo de novembro, o MEC anunciou o cancelamento das 14 questões da prova apenas para os estudantes do ensino regular do Colégio Christus.
*Com informações do jornal O Estado de S.Paulo
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