Mudanças no vestibular da Fuvest valorizarão estudantes que vão bem na primeira fase
Para professores, a nova prova cobrará do estudante um maior conhecimento geral e eliminará da disputa aqueles que chutam muito
O vestibular da Fuvest vai mudar. Mas, nem a volta da nota da primeira fase no resultado final do vestibular, nem o aumento da nota mínima de corte vão dificultar o processo seletivo mais concorrido do país. Essas mudanças vão valorizar os estudantes.
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Essa é a opinião de Nelson de Castro, coordenador de vestibular do cursinho Anglo. Para ele, a prova cobrará do estudante um maior conhecimento geral e valorizará aqueles que forem bem na primeira fase. “Do jeito que estava, com a primeira fase valendo apenas de classificação para a segunda, o estudante não se preocupava em acertar muitas questões, só o necessário para alcançar a nota de corte. Agora ele precisará mandar bem em tudo”, afirma Nelson.
Além de valorizar o conhecimento do estudante, a prova ganhará mais importância. “A primeira fase continua a mesma, o que acontece é que ela volta a ser muito importante em todas as etapas do vestibular. Os estudantes aprovaram essa mudança”, alerta Vera Lúcia Antunes, coordenadora pedagógica e professora de geografia do Objetivo.
A diminuição das questões no segundo dia da segunda fase (de 20 para 16 perguntas sobre conhecimentos gerais) também foi considerada positiva. “Uma análise da Fuvest mostrou que cerca de 80% dos estudantes não conseguiram fazer em a prova toda no segundo dia do último vestibular. E a saída foi boa, pois eles podiam ter decido aumentar o tempo de prova, mas optaram por diminuir as questões, pois é desumano fazer tanta coisa em um só dia”, opina Vera Lúcia.
Eliminado chutes
Se por um lado os estudantes aprovaram a volta dos pontos da primeira fase no resultado final do vestibular, por outro eles temem que o aumento da nota mínima de corte, de 22 para 27 pontos, dificulte a conquista da tão sonhada vaga na universidade. Mas isso é bobagem.
Para o professor Nelson, a mudança não afetará quem passa na Fuvest. “A nota mínima existe para os cursos de baixa procura, mas ela é quase simbólica. O curso de Letras, por exemplo, teve uma nota de corte para a segunda fase de 24 pontos. Quem fez apenas isso passou para a outra etapa, mas quem entrou na USP mesmo, fez muito mais”, diz.
Além disso, com a mudança, a Fuvest conseguirá eliminar da disputa aqueles estudantes que chutam muito durante a prova. “Com apenas 22 pontos, passava praticamente as pessoas que chutavam na prova. Para se ter uma ideia, em um exame com 90 perguntas, quando você responde a mesma alternativa em todas as questões, acerta 18. Com a mudança, a Fuvest conseguirá analisar melhor quem realmente sabe o que está fazendo e quem apenas chutou a prova toda”, explica a professora.
O Conselho de Graduação da USP também decidiu que a partir do processo seletivo deste ano serão aprovados de dois a três estudantes por vaga com nota acima da mínima para a segunda fase e, no resultado final, caso o candidato não seja convocado após a terceira chamada, ele poderá mudar de carreira.
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