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O que você precisa saber sobre as mudanças no vestibular da Uerj

Prova dará destaque a redação, literatura e questões interdisciplinares

Por Ana Lourenço
Atualizado em 23 fev 2017, 13h58 - Publicado em 14 fev 2017, 20h05
O que você precisa saber sobre as mudanças no vestibular da Uerj
(Arquivo Uerj/Thiago Facina) (Arquivo Uerj/Thiago Facina/Reprodução)

Quem se prepara para o vestibular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) deverá enfrentar algumas mudanças para os exames deste ano. A universidade é a única pública do Rio de Janeiro que ainda não aderiu ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e mantém seu próprio vestibular, que funciona de um jeito diferente dos outros.

Dentre as alterações, estão o retorno da cobrança da lista de livros obrigatórios e a criação de uma prova separada de redação na segunda fase. Além disso, o caráter interdisciplinar das provas da primeira fase é ampliado.

Entendendo as mudanças

A primeira fase da Uerj é chamada de exame de qualificação, e ocorre duas vezes ao ano. O estudante pode se inscrever para as duas provas, e apenas a maior nota será considerada para a segunda fase – o chamado exame discursivo, que ocorre apenas uma vez ao fim do ano. No exame de qualificação, são 60 questões objetivas, com quatro alternativas cada; já o exame discursivo é composto de uma prova de língua portuguesa, uma de redação, e duas provas específicas de acordo com a carreira escolhidas.

Até as novas alterações, as provas de língua portuguesa instrumental e redação eram uma só e consistiam na produção de um texto e no desenvolvimento de cinco questões dissertativas. Com a separação das provas, a de língua portuguesa instrumental passará a ter 10 questões.

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(Arquivo Uerj/Thiago Facina) (Arquivo Uerj/Divulgação)
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“A redação era quase desimportante no vestibular na Uerj porque valia apenas dez pontos e, portanto, o aluno poderia passar no exame mesmo indo mal na produção de texto. Agora, não adianta acertar somente as questões”, afirma Thiago Braga, professor de português e literatura do sistema de ensino pH.

Mas a mudança pode dificultar um pouco a vida do vestibulando da Uerj. Segundo o professor Eduardo Valladares, gerente pedagógico do cursinho Descomplica, a separação das provas é uma boa decisão, mas “Será tudo inédito, o que, em um primeiro momento, fará com que o candidato não tenha mais tanto aquele histórico para revisão das provas anteriores, dica fundamental para maximizar o desempenho”, diz. “Uma segunda desvantagem é que o estudante tinha uma pequena base de textos da prova de português para fazer a redação, pois as provas de redação e língua portuguesa instrumental seguiam sempre uma mesma temática. Agora, essa separação dará menos base, menos informações para que ele possa redigir”, explica Valladares.

O retorno da lista obrigatória de livros marca uma nova mudança em relação à literatura no vestibular. São cinco obras para os exames de 2018 (veja abaixo), e a prova de língua portuguesa e literaturas do exame discursivo passa a contemplar literaturas de outros países falantes do português. A prova é específica para cursos como Letras e Direito, e não é feita por todos os candidatos. Neste ano, há uma obra portuguesa: Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago.

Lista obrigatória

A nova lista de leitura obrigatória contém cinco obras:

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Primeiras estórias, de João Guimarães Rosa
A hora da estrela, de Clarice Lispector
Dom Casmurro, de Machado de Assis
Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto
Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago

Todas as obras serão pedidas no exame, da seguinte forma:

Primeiro exame de qualificação: Primeiras estórias (os contos A terceira margem do rio e O espelho)
Segundo exame de qualificação: A hora da estrela
Exame discursivo (prova de língua portuguesa instrumental – geral): Dom Casmurro
Exame discursivo (prova de língua portuguesa e literaturas – específica): Morte e vida severina e Ensaio sobre a cegueira

“O que notamos é a predominância de obras oriundas do século XX, do Pós-Modernismo brasileiro, para ser mais específico”, explica Diogo Mendes, professor de literatura do cursinho Descomplica. “Quando comparada a outras listas de livros obrigatórios de vestibulares do país, observa-se a carência de uma linha cronológica mais bem definida”, explica Diogo, que acredita que as escolhas serão desafiadoras para os vestibulandos. Já Thiago Braga acredita que as escolhas façam parte de uma estratégia da universidade: “Existe um desejo da Uerj por um estudante mais reflexivo, com uma capacidade maior de instrumentalização da língua. Com a mudança, o jovem é convidado ao aprofundamento crítico”, analisa.

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Interdisciplinaridade

Segundo as novas regras, os dois exames de qualificação anuais passarão a ter uma primeira parte formada por um único texto-base a partir do qual todas as disciplinas desenvolvem pelo menos uma questão. Dessa forma, a interdisciplinaridade passa a ser parte importante do vestibular.

“A Uerj aproveitará o texto de uma maneira plena, ao contrário do Enem, que apesar de conter interdisciplinaridade, dispõe um texto por questão, se tornando, de certa forma, cruel para o aluno. A medida da Uerj é importante porque a prova passa a contextualizar as questões, a materializar o contexto no qual o conteúdo foi escrito”, explica Raphael Hormes, coordenador de língua portuguesa do sistema de ensino pH.

A valorização da interdisciplinaridade é uma tendência na formulação dos vestibulares atuais. “Envolver o conteúdo ensinado em sala de aula no dia a dia dos alunos é, por exemplo, falar de trânsito, de violência urbana, e exigir do vestibulando o entendimento de como as disciplinas aprendidas em sala de aula explicam melhor a interferência desses assuntos na qualidade de vida, na sua rotina”, comenta Eduardo Valladares.

Como funciona a pontuação no exame de qualificação?

A Uerj estabelece um sistema de pontuação para os candidatos que realizam os exames de qualificação, a depender da quantidade de questões acertadas. A pontuação é acrescida na nota do candidato no exame discursivo.

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Recomendação A: número de acertos maior do que 70% nas questões do exame de qualificação (a partir de 43 acertos). Recebem um bônus de 20 pontos no exame discursivo;

Recomendação B: número de acertos maior do que 60% e igual ou menor do que 70% das questões do exame de qualificação (de 37 a 42 acertos). Recebem um bônus de 15 pontos no exame discursivo;

Recomendação C: número de acertos maior do que 50% e igual ou menor do que 60% das questões do exame de qualificação (de 31 a 36 acertos). Recebem um bônus de 10 pontos no exame discursivo;

Recomendação D: número de acertos maior do que 40% e igual ou menor do que 50% das questões do exame de qualificação (de 25 a 30 acertos). Recebem um bônus de 5 pontos no exame discursivo;

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Recomendação E: Número de acertos igual ou menor do que 40% das questões do exame de qualificação (24 ou menos acertos). Esses candidatos não se qualificam para fazer o exame discursivo.

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