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Olimpíadas Científicas substituem vestibular em universidades públicas

Estudantes medalhistas têm a possibilidade de ingressar na USP, Unicamp e Unesp sem prestar prova tradicional

Por Wender Starlles
Atualizado em 3 set 2021, 16h35 - Publicado em 3 set 2021, 12h52
Alunas adolescentes bem-sucedidas segurando um robô e uma medalha de ouro em uma sala de aula no Ensino Médio
Olimpíadas Científicas - Nos vestibulares, a modalidade conhecida como reserva de vagas olímpicas foi criada em 2018 com objetivo de diversificar as formas de acesso ao Ensino Superior. (Getty Images/Divulgação)
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Já pensou em ser aprovado em uma universidade pública sem ter a necessidade de prestar o vestibular tradicional? Isso já é uma realidade possível para medalhistas em competições científicas, como foi o caso da estudante Stephani Santana, 18 anos, que ingressou no curso de História da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), depois de ganhar medalha de ouro na Olimpíada Nacional de História (ONHB).

Sobre o seu processo de aprovação, Stephani destaca que as etapas foram mais democráticas. “Isso diminui a tensão e o estresse, já que alunos não dependem exclusivamente do modelo tradicional para demonstrar as habilidades”, afirma.

Segundo o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), as Olimpíadas Científicas são competições que envolvem temas específicos para estimular a resolução de problemas práticos e teóricos relacionados às áreas de Matemática, Biologia, Robótica, História, entre outras.

Nos vestibulares, a modalidade conhecida como reserva de vagas olímpicas foi criada em 2018 com objetivo de diversificar as formas de acesso ao Ensino Superior. Pioneira entre as instituições paulistas, a Unicamp adotou esse sistema em 2019, com 90 vagas em 26 cursos. Na edição desse ano, são 120 vagas em diferentes cursos, ainda não divulgados.

“Embora a modalidade ainda não seja tão conhecida, a dinâmica do processo foi bem simples. Além da medalha que recebi e do meu histórico do Ensino Médio, fiz uma prova de História para complementar minha avaliação. Foi bem diferente do vestibular, e o peso não era alto”, comenta Stephani.

Stephani Santana comemora sua aprovação na Unicamp.
Stephani Santana comemora sua aprovação na Unicamp. (Reprodução/Divulgação)
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+Alunos brasileiros são medalhistas na Olimpíada Internacional de Química

Na avaliação de Thiago Pavan, coordenador pedagógico do Colégio Poliedro, as universidades públicas deveriam implementar políticas de acesso a cursos de graduação para medalhistas em olimpíadas cientificas. “Esses estudantes tendem a ser mais engajados e comprometidos. Normalmente, eles apresentam resultados acadêmicos mais significativos porque atuam como protagonistas no processo de ensino e aprendizagem”, explica.

Além dos benefícios acadêmicos, os estudantes que participam de olimpíadas se destacam no mercado de trabalho, de acordo com Luis Gustavo Megiolaro, diretor-adjunto de Unidades Escolares do Poliedro. “O histórico é levado em consideração ao longo de sua trajetória e pode abrir diversas oportunidades acadêmicas e profissionais. O perfil de alunos olímpicos chama a atenção, pois são vistos como pessoas que buscam desafios”, comenta.

Em relação ao seu desempenho na graduação, Stephani comenta que chegou mais preparada por ter participado da ONHB. “Acredito que a olimpíada traz muitos aspectos que são aprofundados no curso e que eu não entraria em contato fora dela. Muitos dos meus colegas da faculdade participaram da ONHB e trazem como bagagem o contato com documentos históricos ou com métodos e discussões que são valorizados e explorados nas disciplinas”, afirma.

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Para concorrer às vagas olímpicas, o estudante deve ficar atento aos critérios de seleção estabelecidos por cada universidade que adota a modalidade. De modo geral, as regras são disponibilizas em edital de seleção que contém um sistema baseado por ordem de classificação na pontuação obtida pelo candidato nas competições.

Além de documentos que comprovem a conquista da medalha, também é necessário a apresentação de histórico escolar do Ensino Médio.

Universidades públicas que reservam vagas para medalhistas

GUIA entrou em contato com as setes melhores universidades públicas brasileiras, segundo o último ranking latino-americano do Times Higher Education (THE), para saber se há políticas de acesso a estudantes por meio de vagas olímpicas.

USP

A Universidade de São Paulo (USP) adotou essa forma de ingresso em 2019 para a entrada em 2020. No total, foram destinadas 113 vagas a estudantes premiados em competições científicas. Devido à pandemia, a instituição informou que não abriu vagas neste ano e também não há previsão para o próximo.

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UNICAMP

Como já citado, a Unicamp informou que destinou 120 vagas para o vestibular de 2022. As inscrições serão abertas em 16 de novembro desse ano.

Em resposta, a assessoria de imprensa da Vunesp, responsável pelo vestibular da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), informou que nos últimos dois anos foram disponibilizadas 195 vagas adicionais além daquelas oferecidas por meio de avaliação tradicional.

UFMG, UFRGS, UFRJ E UNIFESP

As universidades federais de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo não possuem esse formato de ingresso.

Este site (não oficial) tem informações sobre as Olimpíadas Científicas em cada disciplina.

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Estudantes medalhistas têm a possibilidade de ingressar na USP, Unicamp e Unesp sem prestar prova tradicional

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