Cerca de 34,8 mil estudantes fizeram ontem (10/01) o segundo dia do vestibular 2011 da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), que seleciona candidatos para a Universidade de São Paulo (USP) e para a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. A prova abordou 20 questões de disciplinas que constituem o núcleo comum do ensino médio.
– Estudantes acharam difícil prova do segundo dia do vestibular da Fuvest 2011
De acordo com o professor Nicolau Marmo, coordenador geral do cursinho Anglo, de São Paulo, a prova de conhecimentos gerais da Fuvest 2011 foi muito bem elaborado. "Considero que a prova de conhecimentos gerais foi bem adequada. Foi um exame com questões equilibradas e bem elaboradas, com alternativas interdisciplinares e criativas", diz o professor.
Para Ricardo Helou Doca, professor de física do cursinho Objetivo, também de São Paulo, a prova da matéria que leciona atingiu os objetivos da Fuvest, de abordar a matéria de uma forma mais geral. "A prova de física estava bem elaborada, com textos claros e muitos dados úteis. Também acho que as questões eram boas para uma prova de conhecimentos gerais. Além disso, esta prova estava bem seletiva, um aluno que não se preparou bem, foi mal, o que estudou mais acabou indo melhor", comenta Ricardo Helou Doca.
– Confira a correção da primeira e da segunda prova da segunda fase da Fuvest 2011
Assim como a prova de física, as questões de química também foram consideradas adequadas para o professor Sergio Bignardi Teixeira, que leciona a matéria no cursinho Objetivo. "As questões estavam apropriadas para uma prova de conhecimentos gerias. Mas é importante dizer que a prova de química não foi do estilo Enem – que exige uma maior interpretação de texto do que conteúdo -, era preciso ter conhecimentos de química para fazer a prova, mas quem passou na primeira fase estava preparado para a prova", avalia o professor.
Prova tinha algumas questões muito específicas
Apesar de concordarem que a prova estava bem elaborada, alguns professores reclamaram da especificidade em algumas questões.
Como é o caso do professor de biologia do cursinho Objetivo Juca Vieira, que considera que a prova deveria ser mais abrangente. "Minha crítica às questões de biologia é que algumas eram muito específicas para estudantes de humanas ou exatas, por exemplo. Algumas alternativas exigiam que o candidato soubesse como usar um método científico, algo que é mais comum para um estudante de biologia. Infelizmente a Fuvest pegou pesado em algumas questões", afirma Juca Vieira.
– Veja a prova de português/redação e de conhecimentos gerais da Fuvest 2011
De acordo com o professor do cursinho Objetivo Francisco Alves da Silva, a prova de história, matéria que leciona, também estava difícil. "As questões estavam bem boas na prova de história, mas elas exigiam um maior conhecimento da matéria. Para uma prova de conhecimentos gerias, esse exame estava com um nível alto", diz o professor.
Mas, enquanto os candidatos encontravam problemas para resolver as questões de biologia ou de história, na hora de solucionar os problemas de matemática a situação parece ter sido diferente.
Pelo menos, essa é a opinião do professor Gregório Krikorian, do cursinho Objetivo. "Esse ano a prova de matemática estava mais fácil que no ano passado. As questões também foram mais simples do que na primeira fase deste ano. Acho que com isso é possível entender que amanhã, como o exame será específico, a prova estará mais difícil", especula Krikorian.
Faltou falar sobre o Brasil
A grande crítica à prova de conhecimentos gerais da segunda fase do vestibular da Fuvest 2011 foi em relação às questões sobre história do Brasil. "Mais uma vez a Fuvest não abordou a história do Brasil em seu vestibular. Espero que a lei de compensação exista e que a prova específica aborde questões sobre o nosso país. Até parece que a história do Brasil não existe", reclama o professor Francisco Alves da Silva.
O coordenador geral do cursinho Anglo, Nicolau Marmo, também sentiu falta das questões sobre o Brasil. "Essa situação já está virando praxe na Fuvest. Não é possível esse desinteresse todo pela história do Brasil. Aliás, por todo o Brasil, afinal também não teve questões sobre a geografia brasileira", diz o coordenador.
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