Muita coisa se passa pela cabeça de um estudante ao pensar na possibilidade de um intercâmbio. Além de ter muita coisa para ser planejada, ainda há os vários desafios que surgem quando o sonho se concretiza e você pisa em solo estrangeiro. A ONG internacional AFS Intercultural Programs fez uma pesquisa ampla, ouvindo mais de cinco mil adolescentes, entre 13 e 18 anos, em quase 30 países.
Batizada de “Mapeando a Geração Z: Atitudes para Programas de Educação Internacional”, ele questionou os entrevistados atitudes e percepções. Uma das perguntas foi sobre as preocupações dos jovens em relação ao intercâmbio. O que mais assusta quem quer mudar de país é bem característico da nossa época: a segurança — esse medo atinge 52% dos entrevistados, número que aumentou após os atentados terroristas na França e na Alemanha em 2016.
As outras preocupações são mais pessoas, além de bem compreensivas: conseguir fazer novos amigos, apontada por 50% dos entrevistados; ter saudades de casa (48%), equilibrar estudo e vida (47%) e se adaptar à cultura (46%).
Mas o que impede a maior parte dos brasileiros de ir estudar no exterior não são essas apreensões. O fator econômico é a dificuldade principal dos alunos do país que sonham em ter uma experiência em uma instituição internacional.33% dos entrevistados disseram não ter condições de fazer um intercâmbio sem bolsa. 54% disseram que a única maneira de estudarem fora do país é recebendo uma bolsa integral — em países com economias avançadas, só 15% dos estudantes relatam necessidades semelhantes.
Quanto ao destino dos intercambistas, países de língua inglesa seguem como os mais procurados, com 77% da taxa de interesse. Já o Brasil tem uma taxa de apenas 38%, percentual considerado baixo.