Depois de uma reunião conduzida pelo vice-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o Conselho Universitário (Consuni) da instituição decidiu que não irá aderir ao Future-se. Apresentado pelo MEC no mês passado, o projeto prevê a captação de recursos privados pelas universidades federais, reduzindo assim a participação do governo no financiamento delas. A adesão ou não ao plano, segundo o ministério, será opcional.
Ao recusar por unanimidade o Future-se, a UFRJ emitiu uma nota criticando a forma como ele foi apresentado a falta de clareza no texto. A proposta da criação de fundos patrimoniais, por exemplo, que é uma das principais medidas do projeto, não esclarece quem irá gerir os fundos ou como a universidade se manterá até que eles passem a gerar rendimentos. Os fundos patrimoniais são feitos a partir de doações de empresas privadas, mas apenas o rendimento dessas doações, que são aplicadas, deve ser utilizado.
Um outro receio da federal do Rio de Janeiro é que o projeto do MEC coloque em risco a autonomia universitária, já que envolverá negociações com o setor privado que podem resultar não só na interferência do espaço físico, como no âmbito acadêmico e da pesquisa.
Por fim, a UFRJ declarou que está aberta ao diálogo com o Ministério da Educação para resolver de outras maneiras o impasse do financiamento da universidade.
Contingenciamento
Em entrevista recente à TV Globo, a reitora da instituição, Denise Carvalho, anunciou que algumas atividades universitárias poderiam ser suspensas ainda este mês por conta do bloqueio de 30% da verba discricionária, imposta pelo MEC a todas as universidades federais. O Hospital Universitário é o que mais corre risco, podendo parar de realizar atendimentos e principalmente cirurgias.