Depois da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) , mais duas importantes universidades federais rejeitaram o Future-se nesta quarta (4). O conselho da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) seguiu o indicativo de uma assembleia realizada por estudantes, docentes e funcionários na última terça-feira e decidiu não aderir ao plano de financiamento.
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Minas Gerais, também a rejeitou por unanimidade, em uma reunião que contou com a participação do Diretório Central do Estudantes (DCE), da Associação dos Professores de Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes-JF) e do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino no Município de Juiz de Fora (Sintufejuf).
O Future-se é um plano de financiamento das universidades federais proposto pelo MEC em julho que prevê a entrada de capital privado nessas instituições, por meio de fundos patrimoniais, cessão de espaços, parcerias público privadas (PPP), entre outros. O objetivo é diminuir o investimento do governo nas universidades públicas.
Contingenciamento
Além de discutir o Future-se, a reunião do conselho da UFSC também ponderou sobre as medidas anunciadas nesta semana pela universidade para conter gastos. Segundo o reitor, o “bandejão” não ficará restrito apenas aos estudantes que têm isenção por baixa renda (o que excluiria mais de 11 mil alunos), como havia sido anunciado antes. Ele ressaltou, no entanto, que o funcionamento do restaurante universitário continua ameaçado. “Acabou o dinheiro, fechou o RU, fechou a universidade”, afirmou.
As discussões acerca do Future-se têm se misturado com o debate sobre o contingenciamento de 30% da verba discricionária imposta a todas as universidades federais pelo MEC. A reitora da UFMG já mencionou que é impossível pensar em um plano de financiamento futuro para a universidade enquanto seu funcionamento no presente está ameaçado.
Em todo o Brasil, reitores estão anunciando medidas para lidar com o corte, como redução de transporte, de serviços à noite para economia de energia, de atendimentos hospitalares e até fechamento de restaurantes universitários. Na pesquisa, o maior impacto é o corte de bolsas.