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Unicamp tem questões trabalhosas e exige organização com o tempo de prova

Tradicional, o exame cobrou dos candidatos muita interpretação e capacidade de análise

Por Julia Di Spagna
Atualizado em 6 dez 2020, 11h34 - Publicado em 14 jan 2020, 05h44
Logo da Unicamp
 (Wikimedia Commons/Reprodução)
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Nesta segunda (13), os estudantes que concorrem a uma vaga na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) encararam o segundo dia de provas da Unicamp 2020. Foram seis questões de Matemática, duas de Ciências da Natureza e duas de Ciências Humanas (interdisciplinares), além de 12 questões específicas de acordo com a área escolhida.

Para Vitor Ricci, coordenador do Curso Poliedro Campinas, assim como no primeiro dia da segunda fase, a Unicamp trouxe uma prova coerente e atualizada para os vestibulandos.

Ele explica que é uma prova política, ligada a questões ambientais e sociais. “Nós tivemos, por exemplo, questões abordando a tragédia em Brumadinho e o desastre ambiental que ocorreu na região”, diz.

Segundo o coordenador, tanto as interdisciplinares quanto as específicas estavam com uma exigência muito maior do que a Unicamp costuma cobrar. “Eram questões mais elaboradas, que exigiam tempo para interpretar os enunciados e para as resoluções. Como é a primeira vez que os estudantes estão encarando esse novo modelo, talvez o tempo tenha sido o maior desafio para conseguirem terminar a prova sem deixar nada em branco”, explica. 

Matemática

Segundo Viktor Lemos, coordenador do Anglo Vestibulares, foi uma prova tradicional. “A Unicamp manteve o nível de dificuldade dos anos anteriores, foi bastante conteudista e pouco contextualizada”, diz. 

Em relação aos conteúdos cobrados, ele explica que foi uma prova pouco abrangente, pois temas muito importantes, como análise combinatória, probabilidade e logaritmo não foram abordados.

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Antunes Rafael dos Santos, diretor-pedagógico da Oficina do Estudante, acrescenta que Matemática especificamente não foi uma prova tão extensa ou trabalhosa. Isso é positivo, segundo os especialistas, considerando que ela deveria ser feita por todos os candidatos.

Interdisciplinares

O candidato teve que resolver quatro questões interdisciplinares independente da carreira pretendida: duas de Ciências Humanas e duas de Ciências da Natureza. 

Nas questões de Ciências Humanas, a interdisciplinaridade ocorreu de uma maneira mais sólida, segundo Lemos. Já nas questões de Ciências da Natureza, a interdisciplinaridade ficou um pouco aquém do que se esperava, mesclando pouco as disciplinas. “Mas é uma prova muito boa, essas quatro questões conseguem colocar os candidatos de todas as carreiras em diferentes situações e avaliar a capacidade interpretativa e analítica deles”, diz.  

Química

Segundo Santos, foi uma prova bem elaborada, com questões contextualizadas e técnicas.  “A prova inteira procurou aproximar a Química do cotidiano do estudante, que precisava dominar a matéria para conseguir realizá-la”, afirma. 

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Lemos afirma que o nível de dificuldade da prova foi considerado alto, o que já é uma tradição da Unicamp na disciplina. “Foi uma prova bastante analítica, então o conteúdo era importante, mas a banca também queria que o candidato usasse esse conteúdo como uma ferramenta para resolver problemas”, diz. 

Física

Os estudantes que fizeram a segunda fase para cursos de Ciências Exatas encararam temas clássicos de Física – como cinemática, hidrostática, elétrica, calorimetria e ótica. E todas as questões procuravam de certa forma contextualizar o candidato sobre esses assuntos.

“O estudante apenas replicador de conteúdo não terá sucesso nessa prova. Ele precisava entender a Física, mas também usá-la como um instrumento para resolver problemas, interpretar gráficos e informações”, explica Lemos. 

Geografia

Teve um nível intermediário de dificuldade, houve um equilíbrio das questões de Geografia do Brasil e Geografia Geral, cobrou muito a análise de mapas e gráficos, e o candidato precisava estar antenado sobre o que está acontecendo no mundo. 

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A prova trabalhou diversos assuntos contemporâneos, como o separatismo de Hong Kong e a exploração mineral do continente africano. 

História

“A prova para os que prestaram Ciências Humanas trouxe História com questões interdisciplinares muito bem estruturadas. Contemplou assuntos do Brasil contemporâneo e o impacto das notícias veiculadas pelas mídias digitais, abordando o conceito de shit store, e uma envolvendo o negacionismo histórico,ou seja, o impacto na sociedade quando se nega fatos históricos, como a existência do Holocausto”, diz Santos. 

Biologia

A prova exigia uma boa preparação dos candidatos para resolvê-la. “Pediu definições muito abrangentes e comandos pouco assertivos – o que pode ter trazido certa dificuldade para o estudante”, afirma Santos. Já os assuntos cobrados foram clássicos: evolução, parasitologia e impacto do ser humano nos ecossistemas. 

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