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Unicamp: temas de redação e gêneros textuais que já caíram na prova

Ao longo dos anos, a prova cobrou diferentes gêneros discursivos: crônica, roteiro de podcast, palestra, abaixo-assinado e até "textão"

Por Juliana Morales
Atualizado em 28 nov 2023, 12h06 - Publicado em 28 nov 2023, 10h45

Em todo vestibular, é comum que professores e candidatos levantem uma série de apostas para o tema da redação – o que não é missão fácil, já que o leque de possibilidades é gigantesco. Quando se trata de Unicamp, o exercício de adivinhação se torna quase impossível. A começar pelo fato de serem duas propostas de redação por edição. E segundo porque, ao contrário do Enem, a Unicamp não tem como padrão o texto dissertativo convencional e, ao longo dos anos, cobrou diferentes gêneros discursivos: da escrita de uma carta a um roteiro de podcast.

Portanto, muito mais importante do que tentar adivinhar o tema, o melhor é entender o estilo da Unicamp. Uma boa estratégia para isso é olhar o que foi cobrado em anos anteriores, ainda mais porque a Comvest, que elabora o vestibular, disponibiliza no site as provas comentadas. Na parte de redação, eles trazem as expectativas da banca diante das propostas, além de modelos de textos acima da média, de redações medianas e de uma que seria anulada.

Para facilitar, ao clicar no ano no decorrer do texto abaixo você vê a respectiva correção comentada.

2023: O racismo e o armamento no Brasil foram os temas de redação da Unicamp 2023. Como de costume, dois temas foram apresentados aos candidatos e eles deveriam dissertar a respeito de apenas um deles. As propostas pertenciam a dois gêneros textuais distintos: uma carta de convocação e um depoimento. Na carta, o candidato deveria colocar-se no lugar de um jovem que perdeu uma amiga vítima de disparo acidental por arma de fogo. Um ano depois, foi anunciada a abertura de um clube de tiro perto de sua casa. Ele deveria convocar a vizinhança do bairro para discutir os perigos envolvidos na situação. Já a segunda proposta era de um depoimento: o candidato da Unicamp deveria se imaginar como aluno de uma escola que está promovendo uma campanha de antirracismo. Anonimamente, ele deveria relatar uma situação em que presenciou ou foi vítima de uma situação de racismo.

2022: A primeira opção da redação desta edição era escrever um post de redes sociais, no estilo “textão”, como se fosse um digital influencer adolescente de 15 anos que se tornou famoso e ficou incomodado com comentários feitos por parentes e amigos sobre seu sucesso na internet. A segunda proposta era de assumir o papel de um estudante universitário que teve uma bolsa de Iniciação Científica rejeitada por restrição orçamentária e escrever um manifesto sobre o corte de verbas.

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2021: O candidato, que assumiria o papel de um vereador que visitava uma escola de São Paulo, deveria escrever um discurso político a respeito da derrubada de estátuas que homenageiam personagem que hoje são tidos como controversos. A outra proposta era escrever em um diário como se o autor fosse alguém que estivesse na linha de frente do combate à covid-19 e que narrasse, por um lado, os riscos de contrair a doença e, por outro, a necropolítica do estado em relação aos mais vulneráveis

2020: A primeira proposta foi a de um texto argumentativo para ser lido em voz alta em um podcast. Os candidatos deveriam convencer os seus ouvintes da importância da inter-relação da biodiversidade e sociodiversidade para o crescimento sustentável do Brasil. A outra proposta tratava-se de um texto narrativo do gênero crônica. Nele, os estudantes deveriam narrar, em primeira pessoa, um episódio de micromachismo que vinha listado em uma matéria do El País reproduzida na prova.

2019: A partir da apresentação de uma situação de doutrinação ideológica em sala de aula – uma professora de Filosofia sofria uma tentativa de censura após uma aula sobre direitos humanos –, o candidato deveria elaborar um abaixo-assinado a favor da educadora e contra a censura. Já a segunda proposta apresentava dados do Índice de Desenvolvimento Humano  (IDH) e do Produto Interno Bruto (PIB) e pedia que o candidato fizesse uma postagem em fórum acadêmico, defendendo o ponto de vista escolhido, a partir de uma análise dos textos fornecidos pela banca. Este foi o último ano em que a Unicamp exigiu que o candidato escrevesse duas redações. A partir de então, a prova manteve duas propostas, mas passou a exigir a produção de apenas um texto.

2018: Primeiro, deveria ser feito um texto para uma palestra sobre fenômeno da pós-verdade, explicando o que é e suas consequências. Na outra proposta, um artigo de opinião com o tema “Há limite para a liberdade de expressão?”.

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2017: O candidato deviria escrever uma carta sobre a relação entre o Brasil cordial e a presença de estrangeiros no país, para a seção do leitor de uma revista, respondendo ao artigo “A volta de um Rio que faz sonhar”. A outra proposta era escrever o texto de apresentação de uma campanha de arrecadação de fundos para uma biblioteca.  

2016: Nesse ano, as exigências de textos eram uma resenha sobre a fábula La Fontaine (contendo um resumo do texto e relação da obra com um problema social) e um texto de divulgação científica com base no texto “O induzir das emoções”, do neurocientista António Damásio. 

2015: Uma das propostas era uma síntese a ser apresentada num grupo de estudos sobre a humanização do atendimento à saúde. A outra era criar uma carta-convite direcionada à comunidade escolar para uma reunião com o intuito de discutir possíveis soluções para conflitos violentos na escola.

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Ao longo dos anos, a prova cobrou diferentes gêneros discursivos: crônica, roteiro de podcast, palestra, abaixo-assinado e até "textão"

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