Assine Guia do Estudante ENEM por 15,90/mês
Continua após publicidade

Unifesp usa a nota do Enem de uma forma diferente; entenda

No processo misto, nota do candidato é elaborada apenas com o número de acertos no Enem, sem considerar a teoria de resposta ao item (TRI)

Por Ana Lourenço
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h28 - Publicado em 15 dez 2016, 12h01
Unifesp usa a nota do Enem de uma forma diferente; entenda
(Unifesp/Divulgação)

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), maior vestibular do país, é utilizado como forma de acesso ao ensino superior principalmente pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e pelo Programa Universidade para Todos (ProUni). Mas nem todas as universidades o utilizam dessa forma: algumas preferem elaborar um processo de seleção próprio com base na nota – ou pontuação – obtida pelo candidato no Enem.

É o caso da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que decidiu adotar o Sisu em apenas alguns cursos e, em outros, um processo seletivo único que usa o resultado do Enem como primeira fase, sendo a segunda fase uma prova à parte para os selecionados. Nesse processo, chamado de “misto”, a nota do Enem é usada sem considerar a teoria de resposta ao item (TRI), ou seja, levando em conta apenas o número de acertos dos candidatos.

Cursos da Unifesp oferecidos pelo sistema misto (Enem + segunda fase)
Ciências Biológicas (Diadema)
Engenharia Química (Diadema)
Ciências Biológicas (São Paulo)
Fonoaudiologia (São Paulo)
Medicina (São Paulo)

A TRI é o que faz as notas do Enem serem medidas não com base no número “cru” de acertos, mas sim pela coerência das respostas (o que permite avaliar se a pessoa chutou, por exemplo, o que diminui a nota) e pela régua que estabelece notas máximas e mínimas para cada uma das quatro provas objetivas, de acordo com o desempenho geral dos alunos. Assim, pessoas com o mesmo número de acertos podem ter notas diferentes.

Continua após a publicidade

Já o sistema misto da Unifesp desconsidera a TRI e utiliza apenas o número de acertos dos estudantes, como na maioria dos vestibulares. Os candidatos a um dos cursos oferecidos pelo sistema misto devem se inscrever à parte na Unifesp, informando o número de inscrição no Enem.

A seleção utiliza a pontuação obtida no exame como primeira fase e, os estudantes convocados realizam mais uma prova de dois dias: no primeiro dia, fazem 45 questões objetivas de português e inglês, mais uma redação; no segundo dia (prova específica), são 20 questões dissertativas de biologia, matemática, física e química (5 para cada disciplina).

Como é elaborada a nota?

A nota final do candidato no sistema misto é a média aritmética simples de todas as provas (incluindo o Enem):

Continua após a publicidade

(número de acertos no Enem, sem TRI) + (nota da prova de português, inglês e redação) + (nota da prova específica) / 3

Ao GE, a Unifesp explicou a decisão de não aderir à TRI, já fundamentada na existência da segunda fase: “Conforme descrição do Ministério da Educação, a teoria de resposta ao item não contabiliza apenas o número de acertos no teste. Desta forma, o desempenho em um teste é explicado pela habilidade do candidato e pelas características das questões. O caso do sistema misto aplica as provas de conhecimento específico, o que avalia o conhecimento do candidato por área, não havendo, assim, a necessidade da utilização da TRI”.

É importante relembrar que o sistema misto é aplicado apenas em parte dos cursos, sendo o restante submetido ao Sisu (que já implica o uso da TRI e das normas regulares do Enem). Sobre a possibilidade de transferir todos os cursos para o Sisu, a Unifesp explicou que a decisão cabe a cada diretoria de curso. “A cada ano as coordenações são consultadas para se pronunciarem sob qual forma de ingresso irão disponibilizar as suas vagas. Assim, são promovidas discussões em cada campi para que a adesão a determinada forma de ingresso seja a mais justa e inclusiva possível”.

Continua após a publicidade
Cursos da Unifesp oferecidos pelo Sisu
Santos: Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia do Mar, Educação Física, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia, Serviço Social, Terapia Ocupacional
Diadema: Licenciatura em Ciências, Ciências Ambientais, Farmácia, Química, Química Industrial
Guarulhos: Ciências Sociais, Filosofia, História, Letras, História da Arte, Pedagogia
Osasco: Administração, Ciências Atuariais, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Relações Internacionais
São José dos Campos: Ciência e Tecnologia
São Paulo: Enfermagem, Informática em Saúde, Oftálmica, Radiologia

E a segunda aplicação do Enem?

A decisão do Ministério da Educação de aplicar uma segunda prova do Enem este ano deixou alguns candidatos apreensivos. O medo vinha da possibilidade de o segundo exame ser mais fácil ou mais difícil do que o primeiro, porque, supostamente, os candidatos que fizessem a prova considerada mais fácil seriam beneficiados, já que a TRI tende a nivelar os desempenhos dos estudantes ano a ano – sem usá-la, os que fizeram a segunda prova poderiam ter vantagem na seleção da Unifesp.

No entanto, o próprio modelo da prova do Enem minimiza diferenças relevantes neste sentido em cada prova: para montar o exame, o MEC seleciona 45 questões de cada área, que precisam medir o domínio das competências, habilidades e conteúdos previstos na matriz de referência do Enem. O conjunto precisa equilibrar o grau de dificuldade das perguntas – 25% fáceis, 50% médias e 25% difíceis. As questões são encaixadas em cada grau de acordo com o nível de acertos que obtiveram no pré-teste, feito com estudantes do ensino médio público. Essa metodologia observa que as provas tenham sempre o mesmo nível de dificuldade.

Continua após a publicidade

De acordo com a Unifesp, “É de entendimento da universidade que o Enem, tanto na primeira quanto na segunda aplicação, utilizou o mesmo princípio de dificuldade. […] É normal que nas edições do Enem existam candidatos que discordem da forma de como a prova é elaborada, e essas discordâncias servem para que ela seja cada vez mais aprimorada e melhorada”.

Outros vestibulares

Outros vestibulares de universidades públicas pelo país também não utilizam o Sisu, apenas a nota do Enem para o processo seletivo próprio. Veja:

– Universidade Federal de Rondônia (Unir): os candidatos inscritos na última edição do Enem podem se inscrever individualmente ao vestibular. A comissão avalia as notas dos estudantes e estipula uma política de cotas própria.
– Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa): os estudantes podem se candidatar utilizando as notas da última ou penúltima edição do Enem. Possui política própria de cotas.
– Universidade do Estado do Pará (Uepa): os interessados devem se inscrever antes da realização do Enem no processo seletivo da Uepa, que avaliará as notas obtidas. Também possui política própria de cotas.

Publicidade
Publicidade
Unifesp usa a nota do Enem de uma forma diferente; entenda
Enem, Universidades
Unifesp usa a nota do Enem de uma forma diferente; entenda
No processo misto, nota do candidato é elaborada apenas com o número de acertos no Enem, sem considerar a teoria de resposta ao item (TRI)

Essa é uma matéria exclusiva para assinantes. Se você já é assinante faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

MELHOR
OFERTA

Plano Anual
Plano Anual

Acesso ilimitado a todo conteúdo exclusivo do site

a partir de R$ 15,90/mês

Plano Mensal
Plano Mensal

R$ 19,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.