Melhor universidade pública: USP
Disciplinas ministradas totalmente em inglês evidenciam a vocação da FEA, reduto dos cursos da área de Administração, Negócios e Serviços da USP, para a mobilidade estudantil
Com quase três mil alunos na graduação, a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP) conta também com uma população flutuante todos os anos. Cerca de 170 alunos, a maior parte deles da Europa, vieram para intercâmbio nos cursos de graduação em 2016. No caminho inverso, a FEA enviou 120 estudantes para cursar disciplinas em universidades no exterior. Mesmo com números expressivos, o diretor da FEA, Adalberto Américo Fischmann, quer aumentar ainda mais os níveis de internacionalização. “Pretendemos ampliar a oferta do programa duplo-diploma, que atualmente contempla somente o curso de Administração”, explica.
Pelo fluxo constante dos alunos estrangeiros e para aprimorar o inglês dos estudantes brasileiros, a FEA oferece diversas disciplinas optativas na língua inglesa, e a expectativa é que esse número também cresça até 2017. Além disso, todo o material didático dessas aulas é fornecido por universidades de ponta, como a Universidade de Illinois, por exemplo, considerada a número um em Contabilidade nos Estados Unidos.
Integração de áreas
Outra vantagem de se estudar na FEA é que os currículos dos cursos são voltados para a integração entre os alunos das três áreas – Economia, Administração e Contabilidade –, com matérias interdisciplinares. Os professores são todos doutores, e cada um deles tem cerca de quatro trabalhos publicados anualmente em periódicos acadêmicos e científicos.
Em relação às instalações físicas, destaca-se o recém-criado Laboratório de Ensino de Decisão em Negócios, onde os alunos vivenciam situações do dia a dia em que têm de tomar decisões baseadas nas práticas do mercado financeiro e de negócios. Fora isso, há também laboratórios de informática, de finanças e uma biblioteca recentemente reformada, que recebeu, há quatro anos, a doação de 130 mil livros do acervo pessoal de Delfim Netto, professor emérito da Faculdade e ministro da Fazenda entre 1967 e 1974.
Ensino e extensão
Para o coordenador de Ciências Econômicas, professor Fernando Postali, merece destaque também o fato de todas as salas de aula serem equipadas com softwares financeiros e estatísticos, o que traz mais qualidade às graduações. “Tudo isso permite ao professor a adoção de novas práticas de ensino. O fato de os alunos poderem usufruir das bibliotecas de outras unidades da USP também enriquece o aprendizado”, conclui.
Na área de extensão, a FEA tem diversos projetos internos, como a Semana de Arte, e também presta serviços à comunidade. Por meio do Serviço de Orientação Financeira (SOF), por exemplo, os egressos do curso de Ciências Econômicas e alunos sob supervisão de professores ajudam qualquer pessoa interessada a gerir suas finanças pessoais e a solver dívidas.
Melhor universidade privada: Ibmec-RJ
Continua após a publicidadeA Faculdade de Economia e Finanças do Ibmec-RJ aposta na formação de gestores com conhecimento técnico e de mercado, capazes de otimizar operações financeiras e ocupar cargos de alto nível
O tradicional foco em finanças da Faculdade Ibmec-RJ, fundada nos anos 1990, pode ser explicado pela origem da instituição. Inicialmente vinculado à extinta Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, o então Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais era um órgão voltado ao fomento do mercado financeiro nacional. Nos anos 1985, foi responsável por criar o primeiro MBA (Master of Business Administration) em Finanças do país. Atualmente, conta com 14 cursos de graduação, em diversas áreas do conhecimento, além de programas de pós-graduação stricto e lato sensu, oferecidos em duas unidades – Centro e Barra da Tijuca – no Rio de Janeiro (RJ)
Teoria e prática profissional
Logo no começo da graduação, disciplinas como cálculo, estatística e econometria recebem atenção especial no currículo, tratadas com aprofundamento pouco comum às formações na área de gestão. Segundo Carlos Bastian Pinto, coordenador da graduação em Administração, tais conteúdos possibilitam aos futuros administradores, economistas e contadores pensar na otimização da gestão operacional das empresas. “A criação de métodos matemáticos aplicados pode ser útil a áreas estratégicas, como logística e materiais”, diz.
A capacitação dos estudantes orienta-se para a resolução de problemas práticos tanto no mercado financeiro como no mundo corporativo. Por meio de softwares estatísticos e econométricos, por exemplo, os alunos têm contato desde cedo com a análise financeira. A infraestrutura dispõe de um laboratório com terminais Bloomberg, utilizados em órgãos e empresas para a obtenção de informações financeiras em tempo real. Nos cursos do Ibmec-RJ, essa tecnologia é aplicada ao ensino de finanças corporativas e valuation, termo inglês para o processo de avaliação da rentabilidade de empresas.
A experiência prática dos alunos também é reforçada ainda na graduação por entidades como a Ibmec Jr, empresa júnior de consultoria empresarial, e o Centro de Estudos de Mercado de Capitais (Cemec), primeira empresa júnior no Brasil voltada para atividades relacionadas ao mercado financeiro.
“É com o objetivo de preparar um profissional para exercer funções gerenciais de alto nível que nós elaboramos o nosso curso, incorporando um conjunto de disciplinas e atividades complementares”, diz Ana Beatriz Gomes de Mello Moraes, coordenadora da graduação em Ciências Contábeis.
Diploma e internacionalização
Devido ao grande número de disciplinas comuns aos três cursos, muitos alunos optam por continuar os estudos por mais três ou quatro semestres e sair com dupla diplomação. Terminar a primeira graduação em Administração e obter também uma formação em Economia, por exemplo, pode abrir novas oportunidades no mercado de trabalho. Há também a opção de cursar parte da graduação no exterior, por intermédio de convênios assinados com cerca de 50 instituições, em mais de 20 países.
Já a prática do inglês não acontece apenas para os alunos que partem para intercâmbio. Ela ocorre também nas disciplinas ministradas durante o curso. Segundo o coordenador Carlos Bastian Pinto, de 5% a 10% das aulas da graduação em Administração já são oferecidas totalmente em inglês, considerado o idioma do mundo dos negócios.