Presidente Dilma suspende produção do kit anti-homofobia
Decisão foi tomada após reunião com deputados da bancada religiosa
A presidente Dilma Rousseff resolveu, nesta quarta-feira (25), suspender a produção do kit de combate à homofobia que seria distribuído pelo Ministério da Educação às escolas públicas de ensino médio. A decisão foi tomada após uma reunião com deputados da chamada banca religiosa.
De acordo com o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, a presidente assistiu aos vídeos do kit e não gostou do tom das produções. A ideia não é deixar de falar sobre o tema, mas, de acordo com o ministro, um novo material será produzido após consulta a setores da sociedade interessados, inclusive a bancada religiosa.
O governo admite que a decisão foi provocada pela pressão da bancada religiosa. Na semana passada, a mesma bancada já havia criticado e pedido para que fossem feitas alterações no conteúdo do material, mas o ministro da Educação Fernando Haddad não acatou nenhuma sugestão.
O kit anti-homofobia, como vem sendo chamado, faz parte do projeto Escola Sem Homofobia. Ele foi elaborado por entidades de defesa dos direitos humanos e da população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) a partir do diagnóstico de que falta material adequado e preparo dos professores para tratar do tema.
Antes de ser vetado pela presidente, a previsão do MEC era a de que os kits fossem entregues para seis mil escolas no segundo semestre de 2011. O material é voltado para alunos do ensino médio, a partir dos 15 anos. De acordo com a assessoria do MEC, o material distribuído não seria, obrigatoriamente, passado aos alunos.
Conforme informou ao GUIA DO ESTUDANTE, o kit é uma orientação aos professores de como tratar a discriminação aos homossexuais em sala de aula e deve ser usado da forma que cada escola achar melhor.
O material ainda não havia sido finalizado pelo governo. Mas, três vídeos que vazaram para a internet provocaram polêmica. Mesmo sendo alvo de críticas, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco) apoiou a distribuição do material, alegando que iria contribuir para a redução do estigma e da discriminação.
*com informações da Agência Brasil
LEIA TAMBÉM
– Notícias de vestibular e Enem