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“Joguei futebol de cegos e senti na pele as dificuldades de ser um cadeirante em São Paulo” – PARTE 2

Na série GUIA no Trote, repórter vivencia, junto com calouros, a experiência do trote inclusivo da Unifesp

Por por MARIANA NADAI
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h50 - Publicado em 4 mar 2011, 18h56

Atualizado em 9 de março, às 17h20

“Joguei futebol de cegos e senti na pele as dificuldades de ser um cadeirante em São Paulo” – PARTE 2

Instrutor explica regra do “futebol de cegos”
Créditos: José Luiz Guerra – Comunicação / Unifesp

 

Divisão das tribos Terminada a música, era hora de partir para a ação. Eu e os mais de 150 estudantes fomos divididos em 10 tribos diferentes. Cada uma com a sua cor. E lá estava eu, na tribo amarela, junto com mais 12 alunos de Medicina, Enfermagem e Fonoaudiologia.

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Cada tribo tinha um veterano chefe. Para integrar mais a equipe, a nossa veterana, a estudante de Medicina Érica, sugeriu uma apresentação geral. Um a um, cada pessoa foi dizendo nome e curso. Na minha vez, hesitei, pensei e falei. “Meu nome é Mariana e eu sou uma intrusa. Jornalista do GUIA DO ESTUDANTE”. Pronto, minha identidade estava revelada. Esperando que todos se sentissem envergonhados, ou até um pouco traídos, fui surpreendida pela boa recepção.

Feita as apresentações, passamos para a nossa primeira atividade: jogo de futebol de cegos. Recebidas as instruções, era hora de brincar. O primeiro passo foi definir a posição década jogador.

– Quem será o goleiro?

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O silêncio foi geral, até que levantei a mão. “Ok, posso ser a goleira”. Pensei que havia feito um mal negócio, mas logo percebi que seria a única do time – fora a pessoa que orientava os demais jogadores que estavam vendados – que poderia ver todo o jogo, por isso, a diversão era garantida.

E de fato foi. Ver dezenas de pessoas vendadas, correndo atrás de uma bola de futebol, orientada pelos gritos de um colega ou pelo barulho da bola, foi um momento bem engraçado.

Durante o jogo, até entrevista eu dei. Achando que eu era uma “bixete”, a repórter de uma emissora de televisão, que estava filmando o trote, perguntou sobre a partida. Foi tudo tão rápido que nem deu tempo de avisar que não era caloura e que estava ali na mesma condição que ela, de jornalista.

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Passado o momento celebridade do dia, era preciso voltar a prestar atenção na bola. Afinal, seria um pouco vergonhoso levar um gol de alguém que pela primeira vez jogava futebol sem enxergar.

Dez minutos e alguns encontrões depois… fim de jogo! A partida terminou em zero a zero, mas rendeu boas risadas.

 

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