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Fuvest: leia comentários de todas as disciplinas do 2º dia

Matemática teve enunciados objetivos e física pode ter sido difícil para candidatos de humanas, dizem professores

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h43 - Publicado em 4 jan 2010, 20h20

por Fábio Brandt

“A prova foi bem feita, como é o padrão da Fuvest, sem margem à dupla interpretação”, avalia o professor de matemática do Objetivo, Eduardo Miranda Leandro, sobre o segundo dia da segunda fase da Fuvest. O professor de biologia Constantino Carnelos concorda. Mas observa que “todas as questões tiveram número grande de itens – dois, três ou mesmo quatro -, o que pode ter cansado os alunos. E ainda tem amanhã”.

Confira a seguir os comentários dos professores do Colégio e Cursinho Objetivo sobre as disciplinas do segundo dia da Fuvest:

MATEMÁTICA“Quem esperava questões contextualizadíssimas, com textos auxiliares como os do Enem, se enganou. Todas tiveram enunciados diretos”, avalia Eduardo Miranda Leandro, professor da disciplina. “Foram três questões específicas de matemática e uma que beira à interdisciplinaridade, a de número vinte”, diz Leandro, referindo-se ao enunciado que apresentou uma tirinha da personagem Mafalda.

A história mostrava a garota fazendo uma prova. Ela sai no meio do exame, vai ao banheiro, fala mal de um problema matemático que não consegue solucionar e volta para a sala de aula mais tranquila. “Foi interessante a criatividade da banca, que pediu pra interpretar a atitude da Mafalda no item ‘a’. No item ‘b’, pediu pra criar um enunciado para o problema que ela não consegue resolver e apresentar a resolução”, comenta o professor. Os conhecimentos matemáticos cobrados foram de nível médio, “adequado ao que se propõe: uma prova pra todos os candidatos, de todas as carreiras”, considera Leandro.

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FÍSICA
“A questão mais difícil foi a número três. Havia uma pista circular em que duas pessoas caminhavam em sentidos opostos. Era dada a posição do encontro das pessoas: o primeiro encontro, o segundo encontro. Através desses dados, o aluno tinha que descobrir a velocidade das duas pessoas. Para isso, tinha que montar um sistema de duas equações e duas incógnitas, pra chegar aos cálculos”, comenta o professor Caio Calçada. Ele avalia que alunos que se prepararam para o vestibular das carreiras de humanas podem ter tido mais dificuldade para resolver essa e as outras questões de física da segunda fase, visto que a prova fugiu ao modelo da primeira etapa, aplicada a todos os candidatos. “Foi um aperitivo para a prova específica, que será amanhã e terá um nível tão elevado quanto esta, talvez mais. A resolução das questões deverá ser mais longa e detalhada, pois é pra turma de exatas mesmo, pra quem gosta de comer álgebra”, brinca Calçada.

QUÍMICA
“Essa prova de hoje foi como a primeira fase, mas dissertativa. Foi tranquila. Não apareceu nenhum cálculo, como deve acontecer amanhã”, descreve Sérgio Teixeira Bignardi, professor da disciplina. Apesar de não envolver contas, conhecimentos conceituais da matéria – como o de eletrólise e o de balanceamento de reações – eram necessários. Assuntos clássicos da Fuvest, como radioatividade e datação fóssil também foram lembrados na prova deste ano, destaca o professor. Ao todo quatro perguntas envolveram química, duas específicas e duas que a associaram a temas de biologia – mas não requisitaram misturar conceitos das disciplinas para serem resolvidas. “Tinha o texto que falava de biologia e no meio da questão mencionava o ácido lático. Depois pedia para descrever a reação e balancear”.

BIOLOGIA
“Foi uma prova bem feita. Mas tinha itens que associavam química e biologia que não eram interdisciplinares. Isso acontece quando, no mesmo item, é preciso usar conceitos de química e biologia pra chegar à resolução. Quando há itens separados, daí não é interdisciplinar”, avalia o professor Constantino Carnelos, exemplificando: a questão sete pedia o balanceamento de uma equação no item ‘a’ e perguntava sobre processos biológicos no ‘b’.

Entre as perguntas de biologia, a número oito deve ter causado mais problemas aos estudantes, diz o professor. “Fala de um fungo, mas devia ser resolvida com raciocínio lógico. O aluno é colocado numa experiência nova e deve chegar a resposta ali. Seria mais apropriada para amanhã”, conclui.

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INGLÊS
“A Fuvest voltou a colocar inglês na segunda fase e de maneira brilhante. Foram duas questões, completamente diferentes: uma para divagar e outra mais focada no texto”, afirma a professora Cristina Armaganijan, coordenadora de inglês do Objetivo. “A primeira, com a charge da geração de Woodstock, teve muito a ver com geografia. Era uma questão ampla, que o candidato poderia ter respondido de várias maneiras. Quanto maior fosse o conhecimento de contexto histórico, mais possibilidades de resposta”, explica a professora. “A segunda questão foi mais objetiva. Pegaram um texto da New Scientist adaptado sobre a proposta do Yahoo de acabar com os spams. Aí tinha que entender o texto, a resposta estava nele”, acrescenta a professora, concluindo: “foi uma prova muito inteligente, que mede conhecimento de língua, de mundo e de realidade”.

GEOGRAFIA
“Foi inteligente, bem feita e cumpriu o que a Fuvest queria: compreender de forma genérica como eram os alunos”, opina a professora Vera Lúcia da Costa Antunes. Segundo ela, os examinadores tentaram misturar as matérias, o que ficava evidente quando a disciplina aparecia associada a outras, como história, biologia, matemática e física. Amazônia e análise populacional estiveram entre os assuntos cobrados. Honduras também apareceu na prova e, segundo a Vera Lúcia, confirmou uma expectativa dos professores. “Todo mundo estava esperando. Era uma questão que fazia referência ao sistema de plantation, de exportação de bananas. Depois, pedia para falar de outros golpes semelhantes ao de Honduras na América Latina”.

HISTÓRIA“Prova bastante inteligente que premiou os bons alunos. Exigiu habilidade de leitura e de redação”, analisa o professor Daily de Matos Oliveira. Segundo ele, duas questões eram “claramente identificadas como de história”. Uma delas pedia para comparar o sistema colonial levado a cabo pela Espanha com o encabeçado pela Inglaterra. “Já caiu outras vezes na forma de teste ou na forma escrita. Nenhuma grande dificuldade nessa questão”, comenta o professor. A outra questão de história ele julga mais difícil, porque apresentava um texto e uma imagem e pedia que, a partir deles, fossem identificados indícios de “fontes de energia”, “processos de industrialização” e de “vida urbana”. “É um tipo de questão que está aparecendo mais nos vestibulares, no modelo do Enem”. Para concluir, o professor considera que a prova deste ano mostra que a Fuvest “tenta se adequar a questões interdisciplinares e envolver mais conteúdo, privilegiando o aluno com mais conhecimento”.

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