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Zebras do vestibular: Conheça relações entre crise de Honduras e história da América Latina

Professor traça paralelos que ajudam a entender questão atual

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h47 - Publicado em 4 dez 2009, 12h33

Zebras do vestibular: Conheça relações entre crise de Honduras e história da América Latina
A Batalha de Ayacucho aconteceu no Peru, em 1824, e foi um dos eventos desencadeados pelas guerras de independência na América Latina

por Fábio Brandt

A democracia na América Latina é instável e a história mostra que golpes como o de Honduras repetem-se rapidamente nos países vizinhos. A afirmação é de Lucas Kodama, professor de história do Anglo Vestibulares. Para ele, a posição adotada pelo presidente brasileiro, Lula, de não aceitar o golpe e de não reconhecer o atual governo hondurenho pretende evitar a disseminação do problema para outros países.

Como assuntos ligados à América Latina (colonial, independente e contemporânea) são frequentes nos vestibulares, Kodama apresenta para os vestibulandos uma relação entre a atual crise hondurenha e fatos do passado. Uma ligação não muito conhecida, mas que pode surpreender nas provas.

A deposição do presidente Manuel Zelaya, em junho de 2009, foi ilegal e confirma uma tendência dos países latinoamericanos desde suas independências no século 19, destaca o professor. "A maioria não construiu democracia interna de longa duração. A disputa pelo poder sempre levou à ação golpista, como as ditaduras militares", exemplifica.

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As próprias independências, cita o professor, demonstram o efeito dominó provocado pelo estabelecimento de novas formas de governo na região: o primeiro país a se declarar independente na América do Sul, por exemplo, foi a Venezuela, em 1811. Rapidamente a Colômbia fez o mesmo e, em 15 anos, a Espanha já não possuia colônias no continente.

O mesmo ocorreu com o populismo, no século 20. Em pouco tempo, esse tipo de governo colocou-se à frente de muitos Estados da América Latina. Os governos de Getúlio Vargas no Brasil (1930-1945 e 1951-1954), Juan Perón na Argentina (1946-1955 e 1973-1974) e Lázaro Cárdenas no México (1934-1940) são exemplos clássicos do populismo. "Depois, nos anos 60, diversos países viraram ditaduras militares", diz Kodama, lembrando que, nos anos 80, quando as ditaduras começaram a cair, isso ocorreu em série.

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Diferente da América Latina, contrapõe o professor, são os Estados Unidos, que "têm a mesma constituição desde que proclamou sua independência". "A única instabilidade foi a guerra civil, mas a vitória do norte manteve a unidade [do país] e a mesma constituição, a mesma república. Ali eles têm uma democracia consolidada. A discussão sobre o que é a verdadeira democracia é outra, mas ali há um regime consolidado", finaliza.

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