O noticiário internacional tem chamado atenção nos últimos tempos: guerra na Ucrânia, conflito na Palestina, eleições na França, Donald Trump e Joe Biden nos Estados Unidos, e por aí vai. Nas conversas e abordagens a respeito, surge a expressão “geopolítica”. A palavra está na moda, mas nem todo mundo sabe exatamente qual é o seu significado.
Num sentido mais restrito, é uma redução da expressão “geografia política” – cujo significado, segundo o dicionário Houaiss, refere-se à análise da “influência de fatores econômicos, geográficos e demográficos sobre a política, em particular sobre a política externa” de um país.
A palavra geopolítica ganhou musculatura no período da Guerra Fria, iniciado após o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Naquele momento, o cenário mundial era dominado pela tensão entre duas superpotências, Estados Unidos e União Soviética, e o restante dos países se dividiam entre os que se alinhavam, seja com um, seja com o outro – além de um conjunto de “não-alinhados”. Desde então, a palavra geopolítica descreve a “política” global.
Os principais atores são os organismos multilaterais, a começar pela ONU (Organização das Nações Unidas) e as organizações ligadas a ela (Banco Mundial, FMI, Organização Internacional do Trabalho, cortes internacionais), os blocos econômicos (como a União Europeia e o Mercosul), as organizações de cunho militar, como a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), e os grupos de países (como o G7, dos países ricos; o G20, das maiores economias; os Brics, dos emergentes). Nesse tabuleiro, estão os interesses de cada país do mundo em termos de influência, articulação econômica, domínio territorial, acesso a matérias-primas e a mercados consumidores.
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Um dos focos da geopolítica mundial é o acesso dos países a fontes de energia, com destaque para o petróleo, principal componente da matriz energética mundial. Não é à toa que o Oriente Médio, onde estão as maiores reservas mundiais, atravessou o século 20 e entrou no século 21 como palco de guerras, conflitos e disputas territoriais que não dão sinais de trégua.
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Numa avaliação geopolítica sobre a região, entram o tamanho das reservas de petróleo de cada país, o impacto da transição energética sobre elas, as alianças políticas dos diversos governos entre si e com as grandes potências mundiais, a exacerbação das diferenças culturais e religiosas entre as populações, o poder militar de cada país e de seus aliados.
Para os governantes, a análise geopolítica serve para definir a estratégia de ação da política externa de cada nação. Para os estudantes, ela ajuda a entender as complexas situações que marcam o mundo moderno.
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