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Conheça a ‘proteína da criatividade’ liberada durante a atividade física

Os exercícios físicos proporcionam uma reação química no cérebro que serve como fertilizante de novas ideias

Por Luccas Diaz
10 Maio 2024, 19h00

Aqui no GUIA DO ESTUDANTE, já falamos inúmeras vezes do papel da atividade física na vida de um estudante. Seja na época da escola, na preparação para o vestibular ou já na universidade, está mais do que provado que a prática traz benefícios à saúde física e mental. Quer uma evidência empírica? Ela é quase unânime entre os estudantes aprovados em primeiro lugar ou que tiraram nota mil na redação do Enem. Neste texto, porém, vamos apresentar mais um benefício que muita gente não conhece: a capacidade da atividade física de formar ideias. Pois é, correr, praticar um esporte ou até puxar peso na academia pode te deixar mais inteligente.

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Isso porque fazer atividades físicas influencia o seu cérebro a ter novas ideias, ou melhor, fortificar os neurônios e suas conexões. Quem afirma isso é a neurocientista, professora e autora best-seller Barbara Oakley em seu livro “Aprendendo a aprender para crianças e adolescentes“. Vem entender!

Hipocampo e neurônios

Você sabia que a palavra “hipocampo” significa “cavalo-marinho” em grego? Pois é, essa partezinha do cérebro ganhou esse nome justamente por ter um formato semelhante ao do animal. O hipocampo é uma das mais fundamentais peças para o funcionamento da memória em nosso cérebro. Aliado ao sono, ele é um dos responsáveis pelo fortalecimento das memórias de longo prazo.

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Veja só como acontece: quando dormimos, todas as informações que aprendemos durante o dia são transferidas dos neurônios do hipocampo para os neurônios do córtex frontal, a parte mais externa do cérebro e responsável pela memória de longo prazo. É a etapa chamada de consolidação de memória.

Comparação de um hipocampo com um cavalo-marinho
Formato do hipocampo é semelhante ao de um cavalo-marinho (Wikimedia Commons/Reprodução)

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“O sono não apenas ajuda a construir novas conexões sinápticas, como também limpa o hipocampo para abrir espaço para aprendizado novo”, escreve a autora. Desta forma, novos neurônios nascem no hipocampo todos os dias, ocupando o lugar deixado pelos mais velhos.

A autora faz uma analogia com um time escolar de basquete para explicar melhor essa lógica. Ela afirma que, assim como novos jogadores entram todos os anos no time da escola, os mais velhos vão saindo conforme se formam. Os novatos são inexperientes, e, por vezes, precisam se ocupar de aprender todas as regras do jogo. Se não se dedicarem a isso, correm o risco de serem eliminados do time.

O mesmo acontece com os neurônios! Quando ficamos um tempo sem aprender coisas novas, os neurônios do hipocampo têm a chance de desaparecer pouco tempo depois de nascerem. Para isso não ocorrer, é preciso ter novas experiências de aprendizagem. E aqui vem o pulo do gato: praticar atividades físicas deixa seus neurônios mais fortes.

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BDNF: fertilizante de cérebro

Comparação de neurônio exposto ao BNDF e não exposto ao BNDF.
Em cima, um detrito de hipocampo não exposto ao BNDF; abaixo, um exposto ao BNDF (Editora BestSeller/Reprodução)

Ao praticar exercícios físicos, o nosso corpo fabrica uma substância chamada BDNF, sigla que, em português, significa Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro. Ela tem a capacidade de fortificar os neurônios, protegendo-os de lesões e deixando-os propensos a fazer conexões e conversas com outros neurônios – ou seja, a formar novas ideias.

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O BDNF serve como um alimento para as sinapses e as espinhas dendríticas, estruturas que parecem pequenos dedos e que auxiliam na transmissão de sinais elétricos, facilitando a conexão com outros neurônios. “Assim como os fertilizantes ajudam as plantas a crescerem, o BDNF ajuda os neurônios a se desenvolverem. O exercício físico produz BDNF extra”, esclarece a autora.

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Já deu para perceber que os exercícios físicos ajudam os estudantes em mais aspectos do que se imagina. Se a famosa endorfina é o hormônio que produz a sensação de felicidade e recompensa, permitindo que o estudante mantenha a saúde mental em dia, o BDNF é a proteína que vai deixá-lo mais criativo, preparado para encontrar soluções matemáticas e quem sabe escrever a próxima redação nota mil no Enem. Só vantagens!

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