O presidente Luis Inácio Lula da Silva comentou, nesta terça-feira (21), sobre a possível revisão do Novo Ensino Médio. Em entrevista transmitida ao vivo pelo Brasil 247, Lula disse que a reforma “não vai ser do jeito que está” e que conversou com o ministro da Educação, Camilo Santana, sobre caminhos para adequação. Grupos de pesquisas, entidades educacionais e estudantis pedem a revogação do Novo Ensino Médio.
“Ele [Camilo Santana] vai conversar com outros sindicatos para que a gente possa estabelecer, tanto com os educadores quanto com alunos, uma nova discussão sobre o Ensino Médio […] eu tenho certeza que vai fazer aquilo que for melhor para os estudantes”, afirmou Lula.
O presidente também comentou sobre o assunto nas redes sociais.
Conversei com o ministro @CamiloSantanaCE sobre o novo ensino médio. O @min_educacao vai fazer um debate com alunos e professores, para fazer uma nova proposta. Vamos fazer o que for melhor para os estudantes.
— Lula (@LulaOficial) March 21, 2023
No dia 9 de março, o MEC (Ministério da Educação) abriu uma consulta pública para discutir a implementação da reforma. Segundo portaria publicada, a consulta terá duração de 90 dias e estão previstas audiências públicas, oficinas de trabalho, seminários e pesquisas nacionais com a comunidade escolar de todo o país.
Novo Ensino Médio
O Novo Ensino Médio passou a ser oficialmente implementado no país no início de 2022. A ideia é que a implementação seja gradual, começando pelo primeiro ano do Ensino Médio até ser finalizada em 2024, abrangendo os três anos desta etapa de ensino.
A reforma prevê mudanças no currículo escolar, que passa a ser dividido entre uma formação geral prevista na BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e os itinerários formativos, que tomarão 40% da carga horária de todo o Ensino Médio. Caberá aos estudantes escolherem o itinerário no qual querem se aprofundar dentre cinco opções (Linguagens e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; Ensino Técnico).
Críticos da reforma apontam, no entanto, que escolas mais vulneráveis tendem a oferecer menos opções de itinerários aos estudantes. Outra fragilidade da reforma é a oferta de novas disciplinas pouco estruturadas. “Brigadeiro caseiro” e “RPG” aparecem entre as matérias ofertadas na rede estadual de São Paulo, que já reúne ao menos 1526 disciplinas, segundo o jornal Folha de S. Paulo. Professores queixam-se de não terem formação adequada para lecionar fora de suas áreas.
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