Ao que parece, as novas formas de ingresso da Unicamp (como o vestibular indígena e o Enem) e a implementação de cotas étnico-raciais conseguiram de fato tornar a universidade mais diversa. A Comvest divulgou ontem dados que demonstram uma mudança no perfil dos ingressantes em 2019: o número de alunos que se autodeclararam negros ou pardos saltou de 23,9%, do ano anterior, para 35,1%.
Em 2017, o Conselho Universitário da Unicamp havia estabelecido a meta de 25% de estudantes pretos e pardos em cada curso da graduação. Com a guinada da última edição, apenas os cursos de Música, Dança e Estudos Literários ainda não atingiram essa taxa. Em 33 dos 69 cursos, ao menos 50% dos ingressantes foram também de escolas públicas. O índice geral, no entanto, mostrou uma pequena queda em relação ao ano passado, de 49,2% para 47,9%.
Enem-Unicamp e Vestibular Indígena
As duas novas formas de ingresso implementadas no ano passado, quando comparadas com o tradicional vestibular da Unicamp, se mostraram muito mais efetivas em promover essa inclusão. Enquanto no vestibular tradicional a taxa de ingressantes pretos e pardos representou 26,1% das vagas, na modalidade Enem essa porcentagem foi de 49,3%. Dos aprovados no vestibular comum, 40% eram de escolas públicas, e no Enem-Unicamp representaram 78,9%.
Já a população indígena teve uma taxa de ingresso histórica: 64 foram aprovados por meio do Vestibular Indígena. Além desses, um outro estudante foi aprovado na modalidade Enem-Unicamp, e outros seis ingressaram por meio do vestibular comum.
Mais mulheres
Embora o aumento não tenha sido tão expressivo, a taxa de aprovadas mulheres também aumentou do ano passado para cá: foi de 40,1% para 41,9%. A taxa de 2018 foi tida como a mais baixa da história da universidade. Até esse ano, o número de mulheres ingressantes na Unicamp esteve em queda ou estagnação desde 2012.
No site da Comvest é possível acessar socioeconômico dos matriculados desde 1987.