Que Chico Buarque é um dos maiores nomes da MPB, a música popular brasileira, você provavelmente já sabe. Mas sabia que o artista também é o queridinho dos vestibulares? É isso mesmo, sua obra aparece no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) desde 2009, e o autor já foi citado também na Fuvest, prova de ingresso da USP (Universidade de São Paulo).
E não é para menos. Chico marcou a história recente do Brasil com suas músicas, livros e até mesmo atuação política. Para você não ser pego desprevenido nas provas deste ano – já que as chances do artista aparecer sempre são grandes – conheça abaixo um pouco da história de Chico Buarque, da literatura e dramaturgia à perseguição na Ditadura Militar.
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Quem é Chico Buarque
Francisco Buarque de Hollanda nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de junho de 1944. Mudou-se aos dois anos com a família para São Paulo. Desde os cinco, demonstrava interesse pela música e fazia recortes com fotos de cantores de rádio. Em 1953, sua família se mudou para a Itália e a casa de Chico se tornou ponto de encontro de artistas, como o poeta Vinicius de Moraes. Chico Buarque começou a compor ainda na pré-adolescência.
De volta a São Paulo na vida adulta, cursou Arquitetura e Urbanismo na Universidade de São Paulo (USP), abandonando o curso em 1964, com o aumento da repressão nas universidades em função do Golpe Militar. Chico Buarque foi um dos artistas perseguidos na Ditadura, ao ponto de ser levado para o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).
Em 1969, o artista participou da “Passeata dos cem mil”, no Rio de Janeiro, na qual diversos estudantes universitários, artistas e intelectuais se colocaram contra o regime – entre eles, também estavam Caetano Veloso e Gilberto Gil. Chico Buarque exilou-se por conta própria em Roma, na Itália, por alguns meses, e voltou ao Brasil para produzir um novo disco à pedido da gravadora. É considerado um dos maiores compositores de músicas de protesto brasileiras.
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Chico Buarque na música
As composições de Chico Buarque são marcadas por denúncias sociais, econômicas e culturais. O músico faz uso de figuras de linguagem e metáforas em suas letras para criticar a sociedade, e por isso acabou censurado durante o Regime Militar. Uma das canções que sofreu com a repressão foi “Apesar de você”, de 1970, depois de uma análise do jornal Tribuna da Imprensa avaliar a música como um “hino jovem”. Nela, Chico canta: “Hoje você é quem manda/ Falou, tá falado/ Não tem discussão, não”.
Já em 1973, “Cálice”, foi compreendida pelos militares como uma crítica (e de fato é), já que o título e refrão da canção aludem ao silenciamento no período (cálice = cale-se).
“Afasta de mim esse cálice/ De vinho tinto de sangue/ Como beber dessa bebida amarga/ Tragar a dor, engolir a labuta/ Mesmo calada a boca, resta o peito/ Silêncio na cidade não se escuta”.
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Chico Buarque na literatura
Chico Buarque também aventurou-se como escritor desde a adolescência, publicando suas primeiras crônicas no jornal do Colégio Santa Cruz. Já adulto, colaborou para jornais como O Estado de São Paulo e O Pasquim. Em 1968, deixou sua marca na dramaturgia com a peça “Roda Vida”. Sua obra literária lhe garantiu o Prêmio Jabuti no anos 1992, 2004, 2010 e 2017, e o Prêmio Camões, mais importante da Língua Portuguesa, em 2019.
Alguns dos principais livros de Chico Buarque são:
- Estorvo (1991)
- Benjamim (1995)
- Budapeste (2003)
- Leite derramado (2009)
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Chico Buarque nos vestibulares
Devido a esta vasta criação artística, Chico Buarque é frequentemente citado em grandes vestibulares. Para os estudantes, é importante saber situar o artista e suas obras temporalmente, entender a relação com a Ditadura Militar e, é claro, interpretar os excertos de suas músicas e livros apresentados nas provas.
Abaixo, confira três questões do Enem sobre o artista e sua obra.
Enem 2022
Resolução pelo Curso Anglo:
A marca mais evidente da função emotiva da linguagem é o uso da primeira pessoa do discurso, como ocorre em “A cidade não mora mais em mim”. Portanto, alternativa correta é a C.
Enem 2021
Resolução pelo Curso Anglo:
Na letra da canção “Sinhá”, um escravo se defende da acusação de que teria cobiçado a esposa de seu senhor. Os versos “Para que me pôr no tronco”, “Para que me aleijar”, “Por que talhar meu corpo”, “Para que que vosmincê / Meus olhos vai furar” e “Para que que vassuncê / Me tira a luz” referem-se à violência praticada contra os escravos. Além disso, a variação do pronome de tratamento em “vosmecê”, “vosmincê” e vassuncê” constitui um dos elementos que formam o patrimônio linguístico do Brasil. A língua e as heranças violentas da escravidão contribuem com a formação da identidade nacional brasileira.
Portanto, a alternativa correta é a letra A.
Enem 2017
Resolução pelo Curso Anglo:
O que se observa, nesta resenha, é uma avaliação crítica positiva sobre o livro “Uma noite em 67”. Depois de um início descritivo sobre a noite da final do III Festival da Record, enfatizando seus momentos mais memoráveis, o autor da resenha faz uma avaliação pessoal sobre o livro.
Alternativa correta é a letra E.
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